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O preço da expectativa

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Em relatório publicado recentemente, a Microsoft revelou crescimento de 12% entre outubro e dezembro de 2018, com uma receita de US$ 32,47 bilhões. O resultado, no entanto, não foi capaz de alcançar as altas expectativas dos investidores, pois as ações da empresa tiveram queda de mais de 3% após a divulgação do documento.

De janeiro a setembro do ano passado, suas ações haviam aumentado cerca de 59%, saltando de R$ 298,04 para R$ 473,48. Assim, a Microsoft passou a ocupar o posto de empresa mais valiosa do mundo no final de 2018. Porém, com a apresentação do faturamento do último trimestre e a consequente queda no valor de seus papéis, a Amazon tornou a assumir a posição.

Parte do faturamento da Microsoft deve-se aos seus novos serviços de computação em nuvem (Azure). De acordo com o presidente executivo, Satya Nadella, os resultados refletem o estabelecimento de parcerias com organizações de diferentes setores, como varejo, saúde e ainda serviços financeiros. Para analistas do mercado, o desenvolvimento do Azure ilustra a tendência geral dos investimentos crescentes em ferramentas de nuvem por parte das grandes empresas. O segmento já conta com a competição do serviço da própria Amazon, o Amazon Web Services (AWS).

O analista da Wedbush, Daniel Ives, em nota antes da divulgação do relatório de lucros da Microsoft, afirmou que as duas empresas estavam em uma “batalha acalorada” e que empresas e governos do mundo todo estavam investindo bilhões para acelerar a mudança para um ambiente baseado em nuvem. Ainda nesse cenário de embate com a Amazon e na busca por expansão no mercado, a Microsoft anunciou um acordo para se tornar o novo provedor de nuvem da Walgreens. Essa união auxiliaria a Walgreens a coletar dados personalizados sobre a saúde de seus clientes, possibilitando aos profissionais farmacêuticos elaborar melhores soluções, além de alternativas personalizadas. O sucesso gera expectativa e, não somente no mercado de ações, a expectativa cobra seu preço.

Tesla azul

Com um lucro de US $ 139,5 milhões, a Tesla aposta em um crescimento de aproximadamente 45% a 65% em relação ao ano passado. Embora a empresa tenha relatado frequentemente problemas neste período, ela atribui o expressivo crescimento à forte demanda em torno do “Model 3”, melhorias em seus processos de fabricação, além de cortes de custos.

No último trimestre, a empresa faturou US $ 7,2 milhões, lucro oriundo principalmente da venda de carros. Esse valor representa mais que o dobro adquirido no mesmo período de 2017. Outra ação que contribuiu para esses números foi a redução nas despesas operacionais em 7%.

Já com a inserção do “Model 3” no mercado europeu e na China, a empresa prevê outro forte crescimento. Mesmo que a logística das entregas nessas regiões seja o maior desafio a ser enfrentado pela companhia, principalmente na China, em que o mercado para veículos elétricos está em negociações comerciais de alto risco com os EUA, essa é uma exponencial oportunidade para os negócios. Trata-se de um passo importante não apenas para a empresa, mas para o mercado da China, por exemplo, pois é a primeira vez que o governo chinês concede permissão para esse tipo de instalação a uma empresa estrangeira.

A Tesla acredita tanto em seu crescimento a partir de sua ampliação para outros países que já estima entregar entre 360 mil e 400 mil veículos em 2019. Parece que Elon Musk vai abandonando seus dias de Eike Batista e começa, enfim, gerar lucro para seus acionistas. Os sistemas do mercado de ações tão acostumados a mostrar os resultados negativos da empresa devem ter surpreendido seus operadores com a Tesla azul.

Varejo entrega propostas a Guedes

Empresários de grandes redes de varejo tiveram ontem uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e entregaram documento com propostas para simplificação tributária entre outras sugestões. O presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Antonio Carlos Pipponzi, disse que a expectativa é que a pauta avance no governo. O IDV também prevê encontros com o Banco Central.

Na avaliação de Pipponzi, a pauta tributária tende a avançar depois que já estiver em andamento no Congresso a proposta de reforma da Previdência, algo que é hoje o foco do governo.

O empresário disse ter deixado o encontro com Guedes “muito otimista” e com a percepção de que a proposta de reforma da Previdência “está avançada” e que irá ao Congresso “logo”.

Além de Pipponzi, que é presidente do Conselho de Administração da Raia Drogasil (RD), estiveram presentes ainda executivos do Walmart, Carrefour e da rede Petz, entre outros nomes do IDV.

As sugestões apresentada incluem mudança na constituição do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para permitir decisões por maioria simples ou dois terços do conselho. A avaliação é que isso facilitaria a tomada de decisões sobre simplificações de obrigações acessórias, padronizações e outros temas tributários

O IDV ainda sugere a unificação de tributos e alterações no ICMS Entre as medidas sugeridas no campo da simplificação, propõe a unificação de obrigações acessórias prestadas aos sistemas PIS/COFINS e ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que contém as informações sobre a apuração de ICMS e IPI.

Pipponzi afirmou que o IDV foi estimulado a apresentar as propostas tributárias à Receita Federal.