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A hora do adeus

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A Alphabet, empresa mãe do gigante de buscas Google, anunciou que irá encerrar o Google+. Essa foi uma iniciativa fracassada da empresa para participar do mercado de redes sociais e desafiar o domínio hegemônico do Facebook. O anúncio ocorreu depois da empresa descobrir - supostamente tendo encoberto por vários meses - um bug que expôs os dados privados de centenas de milhares de usuários. O vazamento de dados no G+, que durou sete anos, foi descoberto e corrigido em março, mas estava aberto desde 2015, conforme informou o “The Wall Street Journal”. Em função da violação de privacidade, do pouco uso e baixo engajamento do Google+, a Alphabet tomou a decisão. Para se ter uma ideia, aproximadamente 90% das sessões atuais duram menos de cinco segundos. A previsão é que o serviço seja encerrado nos próximos dez meses.

Os dados expostos no vazamento incluíam nomes completos, endereços de e-mail, datas de nascimento, gênero, fotos de perfil, lugares visitados, informações de trabalho e de relacionamento. A empresa informou que não vazaram números de telefone, e-mail, postagens, mensagens diretas ou qualquer outro tipo de dados de comunicação. Não há dúvida do sucesso da organização e de que a hegemonia do seu mecanismo de buscas permanecerá no topo por bons anos, mas o Google+ não estará na lista das iniciativas que deram certo. Ele se juntará ao Lively, Wave, Buzz, Answers e muitos outros no cemitério digital da empresa de Moutain View.

A hora do olá

Na China, um paciente de 19 anos de idade passou seis meses em estado vegetativo - depois de um acidente ter causado uma lesão grave em sua têmpora esquerda. Alguns dos melhores neurologistas do país fizeram quatro rodadas de avaliações sobre seu potencial de recuperação e deram a ele sete dos 23 pontos em uma escala de recuperação de coma. Essa pontuação dava à sua família o direito legal de desconectar seu suporte de vida. Um algoritmo de Inteligência Artificial discordou dos médicos. Depois da realização de vários exames cerebrais, um computador deu-lhe mais de 20 pontos, perto da pontuação total. Ao contrário do que disseram os médicos, a análise indicava que o jovem acordaria cerca de um ano depois. Ele acordou. O mesmo aconteceu com outros sete pacientes.

O software, entretanto, ainda não é perfeito. Um homem de 36 anos que sofreu danos bilaterais no tronco do cérebro após um derrame recebeu baixas pontuações tanto por médicos quanto pelo algoritmo. No entanto, ele se recuperou totalmente em menos de um ano. Alguns dos resultados do estudo foram divulgados em um artigo publicado no periódico eLife.

Existem, na China, atualmente, mais de 500 mil pacientes com distúrbios crônicos de consciência causados por traumatismo cerebral, acidente vascular cerebral e encefalopatia hipóxica. O número aumenta anualmente em cerca de 70 mil a 100 mil no país. Os médicos afirmam que o fato traz grande dor mental e um pesado ônus econômico para famílias e para a sociedade em geral. O sistema que pretende ajudar nessa questão foi desenvolvido após oito anos de pesquisas, conduzidas pela Academia Chinesa de Ciências e pelo Hospital Geral do PLA em Pequim. Até agora alcançou quase 90% de precisão em todas as avaliações de prognóstico e segue em desenvolvimento com o objetivo de ser preciso em todos os casos. Vai ficar mais fácil saber se e quando parentes e amigos retomarão seu convívio social. Mais fácil saber a hora do olá.