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A Apple Inc. anunciou a aquisição do serviço do Shazam, o mais popular serviço de identificação de músicas do mundo. As empresas não divulgaram o valor da transação, mas diversas fontes que especulam que o negócio está na ordem dos US$ 400 milhões. Aparentemente, o acordo estava em andamento há cerca de cinco meses e aconteceu depois de negociações frustadas entre o Shazam e outros gigantes, incluindo Snapchat e Spotify.

O core business do Shazam está no reconhecimento musical: as pessoas usam o aplicativo para capturar um trecho de uma música e buscar em um grande banco de dados para saber o nome da música que está ouvindo. Um negócio que levou a empresa a mais de 1 bilhão downloads de seu aplicativo até o momento.

Ao longo dos anos, a empresa incluiu uma série de serviços no app, que passou a enviar seus usuários para outros serviços de distribuição de música, além de fornecer mais informações sobre os artistas. O app mantém gráficos das músicas mais populares com base no que as pessoas quiseram identificar. Ele também se ramificou em mais serviços de marketing com base no reconhecimento visual – essencialmente reproduções de realidade aumentada em que os usuários podem capturar imagens instantâneas que os levam a mais conteúdo de uma marca ou de outra organização.

O aplicativo é utilizado mais de 20 milhões de vezes por dia e, com a aquisição, a Apple poderá excluir os Spotify dos destinos possíveis, além de que, certamente, passará a ligar mais pessoas com seu serviço de distribuição. Nos quadrinhos, o nome do herói Shazam era um acrônimo de Salomão (sabedoria), Hércules (força), Atlas (resistência), Zeus (os maiores poderes), Aquiles (coragem) e Mercúrio (velocidade). O Shazam do Vale do Silício foi o herói da semana.

E o dinheiro?

O músico Peter Frampton relatou, recentemente, ter ganho pouco mais de US$ 1.700,00 pelas mais de 55 milhões de reproduções de sua música “Baby, I love your way” no Spotify. Para se ter uma ideia, se nos anos 70 um músico vendesse um milhão de singles, ganharia em torno de US$ 45 mil. É bem verdade que o custo de distribuição mudou muito e, sem entrar no mérito do lado em que está a razão, é um fato que essa modificação deixa o mercado menos atraente, o que significa menos gente interessada, menos produção musical e menos material de qualidade para o mundo ouvir. Uma forma de resolver a equação pode estar vinculada ao uso de blockchain. A tecnologia pode ser usada na construção de contratos inteligentes e, portanto, controlar com mais rigor os tipos de reprodução das obras. Dessa maneira, os direitos autorais estarão garantidos. Temos que torcer tanto quanto Mr. Frampton para que a situação se resolva.

Quando a fase é ruim

O Facebook anunciou que mais de 50 milhões de contas foram hackeadas. O furo foi descoberto no início da semana, mas a brecha provavelmente existe há mais de um ano. O furo estava no “Quem Somos”, uma funcionalidade simples que permite ao usuário saber como outras pessoas visualizam seu perfil. Ao que tudo indica, os criminosos não conseguiram obter login e senha das contas invadidas, mas os dados pessoais dos usuários foram roubados. O ecossistema pertencente à Facebook Inc., do qual fazem parte Instagram e WhatsApp garantiram os resultados positivos dos últimos trimestres. Por causa disso, a empresa seguiu entregando resultados positivos e não viu variações significativas no valor de suas ações na Bolsa. A recém-aprovada Lei Geral de Proteção de Dados na Europa vai obrigar a empresa de Mark Zuckerberg a dar novas explicações. Vamos ver por quanto tempo a empresa ainda segue sem sentir os reflexos dos problemas gerados pelo seu principal produto. Se bruxas existirem, elas andam sobrevoando Menlo Park.