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Semana decisiva na Argentina

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Um novo encontro na tarde desta segunda-feira, 4 de novembro, entre a equipe de transição do presidente eleito Alberto Fernández com a do presidente em exercício, Maurício Macri, pode adiantar a troca de informações entre as duas equipes. Mas o encontro ganhou um componente explosivo ao ser precedido por um aumento dos impostos sobre combustíveis que o governo Macri vinha adiando desde maio, para não prejudicar, em vão, suas chances eleitorais.

Segundo o site do jornal econômico “Âmbito Financiero”, o decreto 753/2019, publicado no Diário Oficial, modificou as datas estabelecidas em decreto anterior e determinou que, para eventos tributáveis aperfeiçoados de 1º de setembro a 31 de outubro, os valores dos impostos correspondentes a 31 de agosto de 2019 devam ser mantidos. Antes, o período havia sido fixado até 30 de novembro, e somente a partir de 1º de dezembro, o aumento total de impostos seria aplicado.

Agora, vale a partir de 1º de novembro. Para eventos tributáveis aperfeiçoados entre 1º e 30 de novembro, o aumento nos valores do imposto será de US$ 0,142 por litro para gasolina e US$ 0,27 para diesel. A nafta (com e sem chumbo) também teve aumento de impostos.

No Equador e no Chile, aumentos de tarifas causados pelo fim dos subsídios a combustíveis causaram revolta popular. No caso argentino, parece que o jogo foi combinado entre os dois capitães dos times para evitar desgaste à administração Fernández.

Nesta segunda-feira o dólar abriu estável no mercado à vista e apresentou queda de 0,77% no mercado futuro (fechamento em novembro).

Fernández busca alianças no México

O presidente Alberto Fernández que está no México, onde terá encontro hoje com o presidente Lopez Obrador, vai ter um jantar com empresários, entre eles, o bilionário mexicano Carlos Slim, um dos 10 homens mais ricos do mundo e que controla a América Móvil, a Telmex, e o grupo Claro/Embratel no Brasil.

O economista Guillermo Nielsen, um homem central na estratégia de dívida de Alberto Fernández, que já tinha contatos em Nova York com os donos de títulos, vai aproveitar a viagem para dar uma esticada em Miami, onde terá encontro na sexta-feira, na Universidade de Miami, com o diretor do Fundo Monetário Internacional para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner.

Ambos participam do seminário “Aproveitando Oportunidades na América Latina”, no qual Werner falará sobre "Guerras comerciais e política monetária". Pouco depois, será a vez de Nielsen abordar “Argentina, Crise e Oportunidades de Investimento".

Acerto de passo com o FMI é fundamental para o novo governo que toma posse em 10 de dezembro poder respirar por alguns meses.

Bradesco estima alta de 0,3% no PIB do 3º trimestre

Com base nos dados já divulgados sobre as atividades econômicas, o Departamento Econômico do Bradesco estima um crescimento de 0,3% do PIB no 3º trimestre. A produção industrial cresceu 0,3% em setembro na margem, resultado inferior ao esperado pelo Depec e pelo mercado (0,9%).

O banco lembra que o resultado de agosto foi revisado para cima e a elevação subiu de 0,8% para 1,2%.

Para o Depec, o destaque positivo foi a expansão de bens de consumo, especialmente duráveis, enquanto a indústria extrativa contribuiu negativamente ao reverter parte da forte alta registrada em setembro. Assim, a indústria cresceu 0,4% no 3º trimestre, ainda acumulando queda de 1,4% no ano.

O Bradesco estima alta de 0,8% para o PIB de 2019 e de 1,90% para 2020.

IPC-Fipe comprova inflação baixa

Ao analisar a alta de 0,16% no IPC-Fipe de outubro, abaixo do esperado pelo Depec e pelo mercado (0,19%), o Bradesco considera que a aceleração em relação a setembro, quando houve estabilidade, reflete uma queda menos intensa dos preços de alimentos, além de uma aceleração dos preços de combustíveis e despesas pessoais.

A composição do indicador sugere uma dinâmica muito comportada para o IPCA de outubro, cuja prova virá na divulgação quinta-feira pelo IBGE.

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