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Para Bradesco, Caged reflete melhora no mercado de trabalho

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Ao analisar a surpresa positiva com a geração 157 mil vagas em setembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Cadeg) de setembro, o Departamento Econômico do Bradesco, considerou o dado como “mais um sinal de melhora do mercado de trabalho”. Os dados superaram as expectativas (130 mil).

O banco destacou que a melhora foi concentrada em serviços. Ao descontar os efeitos sazonais, foram criados 61 mil postos e, com isso, a média do 3º trimestre chegou a 54 mil vagas por mês.

O Depec Bradesco estima que, para estabilizar a taxa de desemprego, o emprego formal deve apresentar geração aproximada de 50 mil vagas e, portanto. Assim, o Caged já sugere melhora da taxa de desemprego, conclui.

Outro dado importante, segundo o banco é que “os salários nominais dos admitidos apresentaram alta interanual de 5,8%, trazendo um sinal favorável para o consumo das famílias à frente”.

O estoque do desemprego é o problema

O problema é que há mais de 12,5 milhões na fila de desemprego. E ainda desalentados e subaproveitados (quase 25 milhões trabalhando e menos e recebendo idem, do que poderiam). Então, há ainda um longo caminho a percorrer.

Quando o mercado melhora, quem estava desalentado, passa a procurar emprego e os números do desemprego crescem. Não é contraditório o Caged acusar melhora e o termômetro do desemprego não baixar a febre.

Pré-sal já responde por 60,4% da produção da Petrobras

Os dados de setembro, quando a Petrobras atingiu no 3º trimestre a produção de 1.367 milhões de barris dia de petróleo ou o equivalente (com o gás natural) no pré-sal, que representam 60,4% da produção nacional e aumento de 40,2% sobre o mesmo período de 2018, comprovam o posicionamento da atual administração para concentrar esforços na exploração do pré-sal e na transferência para outros players de campos maduros na Bacia de Campos ou em terra.

O aumento da produção de óleo, LGN e gás natural para 2.878 milhões de barris dia equivalentes (+9,3% sobre o 2º trimestre e + 14,6% frente a igual período de 2018) reflete, de um lado a entrada de novos poços produtores nos campos de Lula e Búzios e em linha com a estratégia da companhia de concentrar esforços em ativos que geram maior retorno aos acionistas.

Junto com a entrada em operação da FPSO Campos dos Goytacazes em Tartaruga Verde, no pós-sal, a companhia produziu a mais 555 Mbpd, o que representa um aumento de cerca de 48% em relação ao 2T19, com a entrada em operação de nove poços produtores.

De outra parte, como abre mão da produção do pós-sal e de águas rasas e em terra, a balança tende a pender mais para o pré-sal.

Vale dizer, que os custos de produção do pré-sal estão abaixo de US$ 7. Mesmo com o recuo hoje dos contratos futuros so óleo ripo Brent, para entrega em três meses, abaixo de US$ 60, há uma margem largamente confortável para a estatal. E para todos que forem entrar no pré-sal.

Ajustes no consumo

O relatório da produção trimestral da Petrobras traz mudanças interessantes na produção e consumo de derivados. A estatal produziu no 3º trimestre 1.816 milhões de barris diários, alta de 2,9% sobre o trimestre anterior. A demanda do mercado interno exigiu que a estatal ampliasse para 80% a utilização de sua capacidade de refino.

Os destaques foram o aumento da produção de gasolina e GLP, como resultado do maior fator de utilização das unidades de craqueamento catalítico, e de bunker (óleo combustível para uso principalmente em navios e motores estacionários) devido à sua valorização no mercado internacional.

Principal produto industrial vendido no país, o óleo diesel (que no Brasil tem adição da parte mais leve do óleo combustível e a adição de gasolina para compensar o menor valor calorífico do combustível) teve menor produção. Antecipando os sinais de futura mudança no quadro de oferta e procura que terá mudança radical quando a estatal se desfizer das quatro refinarias em processo de licitação: as duas do Sul (RS e PR) e as duas do Nordeste (BA e PE), o uso mais rentável do bunker abriu espaço para a penetração de importação para atendimento da demanda tanto pela Petrobras como dos concorrentes.

A produção de diesel caiu 1,4% no trimestre e 5,3% em relação a igual período de 2018. O uso de correntes de diesel para formulação do bunker, para cumprir as especificações do IMO 2020 para baixar o teor de enxofre no combustível, reduziu a produção de diesel em 0,5%.

As vendas de diesel aumentaram 5,2% no trimestre, com o maior consumo vinculado ao plantio da safra de grãos de verão e à maior atividade industrial.

Perda de espaço na gasolina

Já a produção da gasolina aumentou 7,2% no 3º trimestre frente ao 2º e 8,3% em relação ao mesmo período de 2018, em função da maior demanda do mercado interno. As vendas de gasolina no trimestre foram 2,6% superiores ao do 2º devido à queda do preço médio ao consumidor.

Mas houve aumento das importações por competidores na comparação entre os trimestres, passando de 52 milhões de barris dia no 2º trimestre para 62 milhões de barris dia no 3º. Um aumento de preocupante de 19,2%

Em consequência, a Petrobras acusou redução de 2,7% nas vendas comparadas ao mesmo período de 2018 devido ao aumento das importações por competidores