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Para Itaú, Previdência só garantiu 60% do ajuste fiscal

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Em estudo publicado hoje, o Departamento Econômico do Itaú, analisa a reforma da Previdência, que está em tramitação no Senado e avalia que os R$ 933 bilhões de economia garantidos para os próximos 10 anos garante apenas 60% do ajuste fiscal necessário ao país:

“A aprovação da reforma da Previdência e das medidas de combate às fraudes previdenciárias garantem cerca de 60% do desafio fiscal, ou seja, contribuem com 2,1 p.p. do PIB do ajuste de 3,6 p.p. do PIB necessário para gerar um superávit de, no mínimo, 1,0% do PIB em 2027 e, assim, estabilizar a trajetória da dívida” pública.

“Com essas reformas, o déficit primário atingiria 0,5% do PIB em 2027 e os 40% restantes de ajuste dependeriam de decisões tomadas anualmente no orçamento público, principalmente em relação aos reajustes acima da inflação dos benefícios vinculados ao salário mínimo e de reajustes salariais dos servidores públicos federais”, diz o estudo.

Para o Itaú, “com essas medidas e a continuidade das agendas de contração para-fiscal e de venda de ativos, a dívida bruta deve permanecer abaixo de 80% do PIB e o setor público deve voltar a registrar superávits primários em 2022”, último ano do atual governo.

O maior banco privado brasileiro considera que, paralelamente, o governo deve se esforçar para “consolidar um novo regime fiscal de menor crescimento do gasto público, em que o teto de gastos deve ser cumprido pelo menos até 2022”.

Ao analisar a regra de ouro (de não estourar os limites aprovados no OGU, prevê que o governo “terá algum alívio em 2020 por conta da agenda de venda de ativos do governo e da aprovação de créditos suplementares ao orçamento”.

Frisa, no entanto, ser “desejável aprovar uma reformulação da regra, tal que, no caso de desequilíbrios, ao invés de prever apenas punições aos gestores públicos, sejam implementados mecanismos de correção automáticos que contribuam para o ajuste fiscal”.

O novo Spa do BTG Pactual

Em dezembro de 2015, quando André Esteves, o então presidente do BTG Pactual foi preso, acusado de interferir na Lava-Jato as ações do maior banco de investimento brasileiro chegaram cair 50% em uma semana. O banco fez uma operação de guerra. Trocou a diretoria, vendeu boa parte de seus ativos e sobreviveu bem mais magro, após a fuga dos investidores.

Uma investigação interna Inocentou Esteves, a Justiça o libertou da prisão e ele voltou a operar sem voltar à presidência.

Desde sexta-feira, 23 de agosto, o banco está sob fogo cruzado após divulgação, pelo site "O Antagonista", de pesado dossiê da Polícia Federal sobre suas operações com a Petrobras e a acusação de que o BTG tinha operações estruturadas, a exemplo da Odebrecht, para esconder operações pouco ortodoxas.

Sexta e segunda as ações caíram 36%. Hoje houve pequena recuperação.

Mas o mercado pergunta: se o Pactual já vendeu jóias da coroa, como cerca de 40% da Rede D'Or, até quando terá fôlego para enfrentar novo spa se as investigações forem adiante?