ASSINE
search button

Uma no cravo e outra na ferradura

Compartilhar

Apesar da alta de 0,15% no indicador do IPC-Fipe de junho, após deflação de 0,02% em maio, o Departamento Econômico do Bradesco está prevendo deflação de 0,03% no IPCA de junho, que o IBGE vai divulgar no próximo dia 10 de julho. Isso significa que a taxa da inflação oficial, que estava em 4,66% em maio, deve declinar fortemente em junho para a faixa de 3%. Isto porque a taxa de 1,26% de junho de 2018 estará sendo trocada por -0,03%. 

Já o Departamento Econômico do Itaú, depois de analisar o recuo de 0,2% na produção industrial em maio, com ajuste sazonal, quando apenas 8 dos 26 ramos de atividades tiveram desempenho positivo, está projetando queda de 1,0% com ajuste sazonal da produção industrial em junho, com a indústria de transformação recuando 1,1% e a indústria extrativa crescendo 0,7%.

Caminho aberto à baixa dos juros

Pesando os dois indicadores, está mais do que aberto o caminho para o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) dar início, na rodada de reuniões de 30 e 31 de julho, a novo ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic), hoje em 6,50%. Bradesco e Itaú acreditam em baixa já de 0,25%.

Até porque a reforma da Previdência parece encaminhada com grande chance de aprovação. A reforma da Previdência pode evitar a economia de piorar, mas não vai fazê-la sair do chão. Daí medidas de estímulo que o governo tenta apresentar, para melhorar o ambiente dos negócios.

Mas falta o estímulo da redução dos juros bancários e não só da Selic.

O Bradesco aposta em redução até 5,75% este ano, com volta ao patamar de 6,50% em 2020. Já o Itaú considera haver necessidade de a Selic cair a 5% este ano e ser mantida neste patamar até dezembro de 2020 para reativar a economia.

A delação que os dois bancos esperam para o mês de junho é um dos sintomas da fraqueza da economia, que opera com alto nível de ociosidade na indústria e no setor de serviços, na construção civil e alto nível de desemprego.

Tags:

coluna | moeda