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Com noiva recusada no altar, as horas de agonia da Odebrecht

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Com a recusa do casamento no altar, após um namoro de 16 meses, que prometia um “dote” de US$ 11 bilhões (quase R$ 44 bilhões), pela venda de 52% das ações da Braskem à holandesa LyondellBasell, valor suficiente para garantir a reestruturação das dívidas de R$ 80 bilhões da holding Construtora Norberto Obechetcht , a agonia do grupo Odebrecht assusta os dirigentes dos três maiores bancos privados do Brasil: Itaú, Bradesco e Santander, além do BNDES e da Caixa, que são grandes credores.

A Braskem era um dos ativos mais valiosos da CNO e as ações sob seu controle (a Petrobras tem 47% e investidores avulsos têm menos de 3%) foram dadas em garantia a dívidas contraídas junto ao BNDES e nas renegociações de mais de R$ 3 bilhões fechadas em agosto com ano passado com Itaú, Bradesco e Santander.

As apostas no mercado financeiro são de quando e quantas as empresas que ainda respiram sem aparelhos do grupo CNO vão seguir os passos da Atvos, a gigante da agroindústria de cana que pediu recuperação judicial na semana passada. O tombo de mais de 17% das ações da Braskem dão uma amostra do pessimismo do mercado.

Desde a crise iniciada em maio de 2014, quando a CNO foi apanhada nas teias da Lava Jato, motivando a condenação do presidente Marcelo Bahia Odebrecht a 19 anos, em 2016, várias empresas do grupo foram vendidas (caso da Foz, na área de saneamento, a Odebrecht Propertyes) e outras estão à venda.

A saída da petroquímica, área em que o grupo CNO entrou nos anos 90, a partir das privatizações do polo petroquímico de Camaçari (BA) do qual foi uma das construtoras, a partir da mais vertiginosa verticalização do mercado (comprou grupos Unipar e Ipiranga e desalojou o Suzano da petroquímica, com o grupo paulista se concentrando em celulose, do qual é o maior produtor mundial em fibra de eucalipto), a Braskem, criada em 2002, após a criação da Trikem em 1996, era a tentativa da CNO de preservar seu core business.

Agora, todo do grupo está na berlinda e os bancos que tiveram paciência infinita esperando receber recursos protelados em nome da venda da Braskem, terão de apelar para o plano C.

O B era a venda da Braskem, que esteve para ser fechado em agosto do ano passado.

A opção que recebeu mais fichas no mercado financeiro é a da recuperação judicial.