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Tá tudo caindo, menos inflação e desemprego

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Essa semana que está acabando foi repleta de notícias ruins na economia brasileira: 

Produção da Petrobras no Brasil cai 3,5% no 1º tri, diz ANP
Indústria brasileira tem pior resultado para março em 2 anos e termina 1º tri em queda
Embarques de minério do Brasil têm menor volume em mais de 7 anos em abril
Crescimento da indústria do Brasil tem em abril menor nível em 6 meses, aponta PMI
PNAD Contínua: taxa de desocupação é de 12,7% e taxa de subutilização é de 25,0% no trimestre encerrado em março

Isso lembra uma página de tirinhas de Nani (ou Jaguar?), em O Pasquim, nos anos 70, na qual um casal está na cama e o homem vai lendo as manchetes: “Feijão sobe X”; “Gasolina aumenta Y”; “Mensalidades escolares sobem Z” e por aí vai. Aí o cara comenta com a mulher: “´Tá tudo subindo”, e ela, olhando para ele, por baixo do jornal diz, “nem tudo… tsck, tsck, conclui a tira, que agora me parece ter o espírito sacana do Jaguar.

Pois a economia agora está numa fase bem negativa, pelo menos, no Brasil.

Mas sempre há o outro lado da moeda: estamos em plena colheita da safra de soja, que deve ser seguida peplo plantio das safras de milho ou algodão no Centro-Oeste e Oeste da Bahia.

Safras vê produção de soja do Brasil em quase 118 mi t; milho acima de 100 mi t
Colheitadeiras de algodão esgotam nas fornecedoras do Brasil para 2019
Venda de veículos sobe 11,1% em abril ante março, diz Fenabrave

Conclusão: a situação está ruim, e o resultado disso será um PIB negativo no 1º trimestre, que o IBGE vai confirmar no dia 30 de maio, mas alguns resultados do 2º trimestre, puxados pela agropecuária, podem dar novo alento à economia.

A grande safra agrícola, além de segurar os preços internos, vai ajudar nas exportações de carne de frango (para a Índia, que abriu o mercado ao Brasil esta semana, e para a China, que está sofrendo perda de 10% na produção com a gripe suína africana).

A China é o maior produtor/consumidor de carne suína do mundo e anuncia perdas de 10 milhões de toneladas. A produção avícola, com ciclo de 40-45 dias, do nascimento até o abate, é a que pode atender a demanda a curto prazo. O Brasil tem milho, soja, garfo e faca na mão.

É a velha história: enquanto uns choram, outros vendem lenços.

Espera-se que os frigoríficos e abatedouros brasileiros não desperdicem o filão, como fraudes como as descobertas na “carne fraca” em 2017. Alô BRF, alô JBS...

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coluna | economia | moeda