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Bradesco: "PIB brasileiro deve ter recuado 0,2% no 1º trimestre"

Mas banco espera retomada de 0,3% no 2º trimestre

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O Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas, apontou nesta sexta-feira queda de 0,1% do PIB no 1º trimestre. O levantamento oficial, a cargo do IBGE, será conhecido dia 30 de maio. Mas hoje, o Departamento Econômico do Bradesco, que já estimou queda de 0,2% há mais de uma semana, voltou a fazer uma análise mais profunda da fraqueza da economia brasileira na seção Semana em Foco, do Boletim Diário.

“Os últimos indicadores relevantes do 1º trimestre confirmaram que a atividade seguiu fraca no início de 2019. Indústria, comércio e serviços registraram quedas nos primeiros três meses do ano, o que é compatível com a nossa estimativa de recuo de 0,2% do PIB na comparação com o 4º trimestre de 2018. As expectativas de crescimento para 2019 continuam sendo reavaliadas para baixo e as atenções, agora, se voltam para desempenho do 2º trimestre, para o qual projetamos alta de 0,3%”.

Cautela nos juros

“A ata do Copom reforçou a mensagem de cautela na condução da política monetária, destacando as questões fiscais. O Comitê ressaltou os impactos adversos das incertezas fiscais sobre a atividade econômica, afirmando que a continuidade do processo de reformas é essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos e para a queda da taxa estrutural de juros”.

Para o Depec, “a ata afastou a possibilidade de cortes nos próximos meses, mas deixou aberta a possibilidade de quedas da taxa básica de juros, em um contexto de continuidade da atividade fraca, expectativas de inflação bem ancoradas e redução das incertezas fiscais com o avanço das reformas. Esperamos três reduções na segunda metade do ano, levando a Selic a 5,75% em dezembro”.

Balas perdidas na guerra EUA x China

O Banco analisou os efeitos das balas perdidas da guerra comercial travada entre Estados Unidos, de Trump, e a China, de Xi Pin. “A efetivação de um novo aumento de tarifas comerciais entre EUA e China confirmou a intensificação da tensão comercial entre os dois países e contribuiu para aumentar os riscos de uma desaceleração global mais intensa. Dadas as recentes sinalizações dos dois lados, um acordo no curto prazo é pouco provável”, diz o texto.

Para o Depec, “o aumento das tarifas deve trazer desafios adicionais para a economia chinesa, em recente e frágil retomada, que ocorre em um contexto de atividade econômica mundial com fraco desempenho, em especial, na Europa. Com isso, entendemos que o crescimento do PIB global pode ser reduzido em aproximadamente 0,5 p.p. neste ano (de 3,3% para 2,8%).

A percepção mais difundida de frustração com o desempenho da economia brasileira, a tendência de fortalecimento do dólar (acentuada pela nova escalada das tensões entre EUA e China) e as incertezas quanto à tramitação da agenda de reformas ajudam a explicar a depreciação da moeda brasileira nesta semana, que se descolou dos pares.

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