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O PIB vai cair, mas a Selic também

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O fraco desempenho da economia nos primeiros 100 dias de governo Bolsonaro levou o Itaú e o Bradesco a revisarem para baixo a previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Há seis meses, o Itaú chegou a prever alta de 3% do PIB este ano. Foi reduzindo para 2,5%, 2,3%, 2% e hoje baixou para apenas 1,3%. O Bradesco esperava 3% no final do ano passado, depois cortou a taxa para 2,8%, em março para 2% e agora para 1,90%.

O outro lado da moeda é que diante do baixo crescimento da economia, tanto Itaú quanto o Bradesco não se assustaram com a escalada recente da inflação. Os departamentos econômicos dos dois maiores bancos privados do país acham que o quadro é reversível (até porque a inflação de maio do ano passado bateu em 1,28%, pela pressão da greve dos caminhoneiros - o que não deve se repetir, pois o presidente Bolsonaro já puxou o freio de mão dos reajustes do diesel pela Petrobras). O Itaú aposta que o IPCA fecha o ano em 3,6%, como previa em março. E o Bradesco manteve a previsão de 3,8%.

A questão é com a economia fria e a inflação controlada, além do desemprego renitente o Itaú vê espaço para forte queda da taxa básica de juros, a taxa Selic, até porque não se espera alta dos juros nos Estados Unidos. Ao contrário, até baixa. Assim, o Itaú está apostando que a Selic vai cair dos atuais 6,50% ao ano (desde março de 2018) para 5,75%. O Bradesco mantém a aposta nos 6,50%.

Se houver a queda esperada pelo Itaú, quem sabe ela já não começa na reunião de maio (7 e 8) ou na de junho (18 e 19)? Baixar os juros pode ser o empurrão que falta para a economia pegar, animar empresários e a classe política e facilitar a tramitação da reforma da Previdência.