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Itaú e Bradesco: Selic de 6,50% até 2020

Jose Peres -
Gilberto Menezes Cortes
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O boletim Focus do Banco Central manteve ontem, com leves oscilações para cima, na inflação (de 3,85% para 3,87%) e, para baixo, no PIB (de 2,30% para 2,28%), a projeção da taxa Selic em 6,50% em 2019, e em 8% para 2020, 2021 e 2022. A pesquisa Focus está defasada diante das novas projeções dos dois maiores bancos privados do país: sexta-feira, 8 de março (data em que o BC encerra a coleta) o Itaú já tinha reduzido para 6,50% ao ano a aposta da Selic para 2020 e o Bradesco também já prevê a manutenção da taxa. No PIB de 2019, divergem muito: 2% para o Itaú; 2,8% para o Bradesco. Ambos não admitem queda dos juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) já sob a presidência de Roberto Campos Neto, que toma posse amanhã. O próximo Copom será em 19 e 20 de março. Mas já há instituições insinuando isso.

O Santander, onde Campos Neto foi diretor de Tesouraria, (sem citar 2020) admite que a taxa ficará estável em 6,50% até o fim deste ano. Ao analisar a inflação de fevereiro - que o IBGE divulga hoje -, prevê 0,31%, contra 0,49% em fevereiro de 2018, o que mantém a inflação em 12 meses do IPCA em 3,77%, abaixo da meta de 4,25% ao ano para 2019, o Santander ressalta que o núcleo de inflação está na faixa de 2,5% ao ano. Isso permitiria ao Copom já baixar a Selic este mês ou em maio (7 e 8).

A questão é que as incertezas do cenário econômico internacional, com juros menores, já admitidos pelo Fed (o BC americano) em relação às projeções do último trimestre, face à desaceleração da economia mundial, têm como contrapartida o arrefecimento das exportações do Brasil. O BC de Campos Neto e da nova diretoria de Política Monetária, comandada por Bruno Serra Fernandes, está mais propenso a baixar a Selic e forçar a queda dos juros bancários do que a paquidérmica gestão Ilan Goldfajn, como disse Paulo Nogueira Batista Jr, em artigo, sexta-feira, no JB.

Tudo seria mais fácil se a equipe econômica da qual Campos Neto integra oficialmente amanhã tiver garantias de que as propostas para a reforma da Previdência civil e militar (ainda não conhecida) vão debelar o déficit nos próximos anos. Mais ainda se a PEC anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para desvincular as verbas orçamentárias obrigatórias (Saúde, educação e funcionalismo) nos orçamentos da União, estados e municípios, vai ampliar a potência do ajuste fiscal no país.

A ideia traçada por Paulo Guedes, que pretende submeter o "Plano B" simultaneamente no Congresso - a PEC da Previdência tramitaria, a partir de amanhã, na Câmara e uma PEC para a desvinculação dos Orçamentos tramitaria no Senado, a partir de proposta apresentada por senador da base aliada - depende da coesão política do governo Bolsonaro, que até agora não deu provas de musculatura suficiente.

Só sorrisos

Ao atingir 24,123 milhões de beneficiários em 2018, o mercado de planos odontológicos cresceu de 5,6%, contra 3% dos planos de saúde (47,340 milhões de brasileiros). O ditado: "a saúde começa pela boca" tem levado os grandes planos de saúde, incluindo os operados por seguradoras, a investir na área comprando planos de saúde dental. E o desempenho é de deixar todos sorridentes: desde 2008 quando eram só 11,061 milhões e equivaliam a 26,6% dos planos de saúde, os planos dentários não pararam de evoluir, com alta de 118% no período.

Atropelados pela recessão de 2015 e 2016, quando mais de 3 milhões de brasileiros perderam emprego com carteira assinada, levando à redução de 50,441 milhões de planos, em 2014, para 47,340 milhões, em 2018, os planos de saúde perderam 3,247 milhões de filiados, crescendo apenas 14,1% no período.Em 2018 (pela 1ª vez desde 2014) houve aumento de 146 mil planos de saúde, contra ,1,333 milhão de dentários, segundo a ANS, que já equivalem a 50,95% do total.

O papel da imprensa

Nestes tempos de ódio em que o papel esclarecedor de circulação da informação e do pluralista de ideias da imprensa é tão incompreendido e massacrado pelas forças do obscurantismo, merece registro o seminário que o Insper vai realizar dia 22, em São Paulo, para debater a liberdade de imprensa, considerada pelo Insper, o Instituto de visão liberal de São Paulo, como "essencial para o desenvolvimento de uma sociedade plural e democrática".