O Outro Lado da Moeda

Por Gilberto Menezes Côrtes

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O OUTRO LADO DA MOEDA

LCA prevê Selic em 7,5% este ano

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Publicado em 27/07/2021 às 21:42

Alterado em 27/07/2021 às 22:40

Banco Central Arquivo/ Agência Brasil

A LCA Consultores chamou a atenção hoje, dia 27 de julho, para o fato de que apesar da possibilidade do “FED evitar surpresas nesta semana”, a persistência da inflação doméstica deverá levar o Copom a intensificar o ritmo de elevação da Selic na reunião de 4 de agosto, com alta de 100 pontos base no juro básico da economia brasileira para 5,25% ao ano. 

Diante da persistência “de riscos climáticos e energéticos” a consultoria revisou para cima suas “projeções para a alta do IPCA: de 6,4% para 7% em 2021; e de 3,7% para 4% em 2022”. No Brasil, os resultados recentes da inflação tornaram a superar as nossas projeções e as projeções de mercado, apontando relevante aceleração das principais medidas de tendência inflacionária. O movimento “tornou preponderante a hipótese de que o Banco Central intensificará o ritmo de elevação da Selic no curto prazo”.

Por isso, além da alta maior da Selic em agosto (nível a ser repetido, pelo menos, em setembro), LCA Consultores passou a considerar que o “aperto monetário será um pouco maior do que vínhamos antevendo. Passamos a esperar que o juro básico chegue a 7,5% até o final deste ano – patamar ainda compatível com a sinalização oficial de “normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro”. A LCA considera que a Selic seja mantida em 7,5% ao longo de todo o ano que vem.

Mas a consultoria não fez ajustes relevantes na cotação cambial e no crescimento econômico em função dessas mudanças nas projeções de inflação e juros. “Continuamos a esperar que o câmbio registre alguma descompressão ao longo deste 2º semestre de 2021 e em 2022, mas permaneça sujeito a elevada volatilidade, sobretudo associada a futuras mudanças na política monetária do FED e a incertezas no cenário político interno até as eleições presidenciais de outubro de 2022.

Em relação à atividade, mantemos projeção de crescimento do PIB de 5% neste ano e de 2% em 2022. Essas projeções são ligeiramente mais baixas do que a mediana das expectativas de mercado (atualmente em 5,3% e 2,1%, respectivamente). A incorporação de uma Selic um pouco mais alta no final do ano, que tende a tornar a política monetária gradativamente menos estimulativa à atividade, reafirma essa nossa previsão um pouco mais cautelosa para o crescimento econômico doméstico.

FMI prevê 5,3% para o PIB do Brasil

O Fundo Monetário Internacional divulgou hoje suas projeções para as principais economias do mundo, com base no desempenho esperado para o 2º trimestre. O PIB mundial deve crescer 6% este ano e 4,9% em 2022, com forte recuperação frente à queda de 3,2% do ano passado. Os Estados Unidos devem crescer 7% em 2021 e 4,9% em 2022, após queda de 3,2% no ano passado. A China, que cresceu 2,3% em 2020, deve avançar 8,1% este ano e 5,7% em 2022. O Brasil deve crescer 5,3% este ano (recuperando a perda de 4,1% em 2020), mas voltaria a crescer apenas 1,9% em 2022.

Após queda de 6,5% no ano passado, as economias da Zona do Euro devem crescer 4.6% este ano e 4,3% em 2022. A liderança entre os europeus será puxada pela Espanha (+6,2% este ano e + 5,6% em 2022 e França (5,8% e 4,2%). Mas a Grã Bretanha, que sofreu muito em 2020, quando a saída da União Europeia comprimiu seu PIB em 9,8% (só a Espanha teve desempenho pior) deve avançar 7% este ano e 4,8% em 2022.

A Índia, país muita afetado pela Covid-19, deve crescer 9,5% este ano e 8,5% no ano que vem. A Rússia deve avançar 4.4% este ano e 3,1% em 2022. O México, 2ª maior economia da América Latina, após o Brasil, deve crescer 6,3% este ano e 4,2% ano que vem, com desempenho melhor que o nosso.

Macaque in the trees
. (Foto: .)

 

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