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Alma Russa

Carolina Bergallo/Divulgação -
Monique Aragão
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Alguns países são especialmente providos de grandes compositores. Tradições, movimentos culturais e políticos em várias direções fazem com que a arte e a música, particularmente, se aglutinem de forma mais intensa em lugares específicos e em determinadas épocas. É o caso, por exemplo, da Renascença, quando os italianos se destacavam, e dos compositores austríacos no período clássico. Quando se fala em compositores românticos, pensamos em Beethoven, Schubert, Chopin, etc. No entanto, no final do século XIX e início do XX, há os românticos russos com características diferentes dos outros países. Os compositores russos, com a consciência de que tinham algo especial em sua terra, buscaram salientar as melodias dos vilarejos, os cantos de suas igrejas, as danças dos cossacos. Entre os compositores russos nacionalistas ficou conhecido o Grupo dos Cinco, que incluía Balakirev, Borodin, César Cui, Mussorgsky e Rimsky-Korsakov, além de outros compositores que usaram a terra nativa como inspiração, Glinka, Tchaikovsky e tantos mais que moldaram o que costumamos entender como a “alma russa”, uma música cheia de melodias profundas e harmonias de uma escola criada nas tradições do país. 

É na tradição russa que se inclui o romântico Rachmaninoff (1873-1943). Que o digam seus famosos concertos para piano, cheios de lirismo e dramaticidade. Nesta sexta-feira (dia 13), na Sala Cecília Meireles, às 20h, teremos uma bela amostra de peças para piano de Rachmaninoff, tocadas pela pianista russa Elina Sarkisian: “Prelúdios Op. 23 e Op.32”, “Études-Tableaux Op.33 e Op.39”, “Sonata nº1, Op.28” e “Variações sobre um tema de Coreli, Op. 42”. Algumas das peças deste concerto demandam significante técnica pianística e refletem o fato de que além de compositor, Rachmaninoff foi um pianista virtuoso, seguindo a tradição de grandes compositores-pianistas, como Liszt. Nos “Études-Tableaux” e “Preludes”, fica evidente que além das inspirações de sua terra natal, o compositor descende dos grandes românticos quando se trata de explorar temas, sonoridades e as possibilidades do piano. Não à toa, o compositor se dizia grande admirador de Chopin, especialmente por sua habilidade em escrever peças curtas. Elina Sarkisian certamente terá a possibilidade de mostrar exuberância, desafios técnicos e tudo o que há de mais sutil na linguagem da escrita para piano.

NOTAS e ACORDES

A compositora e pianista Monique Aragão apresenta hoje (dia 11), às 20h, na Sala Cecília Meireles, seu último álbum: “Melhor Sem Palavras”. Ao final da apresentação, serão anunciados os vencedores do concurso promovido pela pianista, para premiar as melhores interpretações das músicas do disco: “Melhor Sem Palavras”, “Tentando Voar”, “Solilóquio”, “Em Torno da Lagoa”, “Pas des Deux”, “El Toro”, “Marcas da Expressão”, “Prelúdio da Manhã”, “Estudo 5”, “Tap Dance”, “Nazaretheando” e “Canoas”.

Macaque in the trees
Monique Aragão (Foto: Carolina Bergallo/Divulgação)