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100% Clássico

Eneraldo Carneiro/ Divulgação -
Orquestra da UFRJ
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Amanhã, na Sala Cecília Meireles, às 20h, tem um concerto com obras de Haydn e Mozart. Mais Clássico, impossível! Afinal os dois compositores são os mais importantes representantes do que se estabeleceu chamar de "Período Clássico". Quando se fala de música clássica, para diferenciar de música popular, rotulamos a música de todos os períodos sob o nome de "musica clássica". Mesmo que, por exemplo, a música de Bach seja do período Barroco, a de Brahms, do período Romântico, e a de Stravinsky, do período Moderno, chamamos todas de "clássicas". Mas existem músicas que, além de designadas como clássicas, pertencem também especificamente ao "Período Clássico", que abrange os anos 1750 a 1820. Talvez fique mais clara esta história de identificar compositores por períodos se pensarmos em outras áreas, como a das Artes Plásticas, por exemplo, em que Caravaggio, Delacroix e Picasso são pintores de períodos diferentes e por isto pintavam com características próprias de cada época.

Entre os períodos Clássico e seu anterior, Barroco (1600 -1750), houve o Rococó, por alguns citado como período, por outros, apenas como um estilo de transição, como um Barroco menos solene, com melodias e texturas mais leves, e muitos ornamentos, muito "rococó" mesmo. Um estilo musical que tinha tudo a ver com as futilidades da corte francesa, que tentava esquecer a atmosfera da Revolução já às suas portas. Entre os compositores do estilo Rococó estão Couperin e Carl Phillipp Emanuel Bach (filho do grande Bach).

E de onde vem o estilo Clássico? Começou com uma rejeição ao Rococó e uma admiração, também nas artes e em literatura, pela sobriedade das formas mais clássicas relacionada aos padrões clássicos da antiga Grécia. Talvez o que mais chame a atenção nas partituras de um compositor Clássico em comparação aos de outros períodos seja a clareza na escrita, as ideias musicais apresentadas com harmonias muito bem determinadas e obedecendo às propostas de um modelo bem delineado, com a elegância da falta de misturas. É no período Clássico que a música passa a ser mais apresentada em concertos para o público em geral, ficando menos restrita a igrejas e palácios. Os instrumentos também sofrem grandes mudanças: o piano, apesar de inventado em torno de 1700, é com os compositores clássicos que alcança seu lugar definitivo, tendo uma quantidade enorme de peças dedicadas a ele. As formas da música nessa época também seguem um novo caminho, como dito na coluna anterior, a Sinfonia torna-se uma das formas mais apreciadas, além das sonatas, trios, quartetos, missas e corais.

Macaque in the trees
Orquestra da UFRJ (Foto: Eneraldo Carneiro/ Divulgação)

No concerto de amanhã, a Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob a regência de André Cardoso, executará a Abertura da ópera "Lo Speziale" e a Sinfonia nº 87, em Lá maior, ambas de Haydn. De Mozart serão executados a Sinfonia nº 40, em Sol menor, e o concerto nº 10, em Mi bemol maior, para dois pianos pelo Duo Corvisier (Fátima Convisier e Fentando Corvisier).

NOTAS E ACORDES

Na sexta-feira, às 20h, a Sala Cecília Meireles também será palco do último dia do Festival Beethoven com a apresentação das Sinfonias nº3 e nº 8, com a OSB sob a regência de Lee Mills.

Eneraldo Carneiro/ Divulgação - Orquestra da UFRJ