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Escalas do Rescala

Alex krusemark /Reprodução -
Tim Rescala cria "Livraria Musical"
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Ele é conhecido do grande público, sobretudo por seu papel na Escolinha do Professor Raimundo. Mas aí vem a surpresa para quem não o conhece tão bem como músico. Tim Rescala é muito mais que um humorista. Ele é compositor, pianista, regente, autor teatral e um dos mais competentes produtores musicais do Brasil. Agora, Rescala (que sobrenome lindo e perfeito para um compositor!) acaba de lançar mais uma novidade. Autor de várias trilhas sonoras para cinema, televisão e teatro, ele criou uma plataforma online de músicas clássicas. Ou seja, quem precisar colocar uma música clássica como trilha de qualquer produção artística, tem agora a opção de licenciá-la diretamente no site criado por ele: “Classical Tracks”.

Acho que muita gente não sabe, mas para se colocar uma música num filme, por exemplo, é necessário pagar direitos ao compositor, a cada intérprete, e em alguns casos a editores. Não se pode simplesmente pegar um trecho de uma sinfonia de Beethoven e usá-la sem pagar direitos à orquestra. No caso de Beethoven, como já morreu há mais de 70 anos, sua obra caiu então em “domínio público” e assim não se paga mais ao compositor. Porém, pelas músicas de compositores que morreram há menos de 70 anos (a quantidade de anos varia em cada país), tem de se pagar ao autor da música também.

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Tim Rescala cria "Livraria Musical" (Foto: Alex krusemark /Reprodução )

Na “Classical Tracks”, Rescala reúne a fina flor em termos de seleção de peças, produção e gravações com músicos da melhor qualidade. No catálogo do site estão disponíveis, por exemplo: “Clair de Lune”, de Debussy, interpretada Por Maria Teresa Madeira; “Gymnopédie” no. 1, de Satie, interpretada por Rescala; “Marcha Nupcial”, de Mendelssohn, com a Orquestra Sinfônica Heliópolis; “O Cisne”, de Saint-Saens, com o cello de David Chew, etc. Enfim, uma excelente e acessível livraria de músicas para o uso do audiovisual.

Contatei o Rescala para saber sobre esta livraria de músicas e fiquei sabendo de outros projetos em que ele está envolvido. Acompanho à distância sua trajetória desde décadas atrás, quando estudávamos com o Koellreutter (compositor alemão que morou por muitos anos no Brasil e influenciou várias gerações de músicos). Na época Rescala produziu uma peça de teatro engraçadíssima sobre o professor, em que ele próprio fazia o papel de Koellreutter. Sempre me chamou a atenção sua capacidade de fazer a ponte entre música clássica e popular com tanta naturalidade. Decididamente existe mais de um Tim Rescala.

MC: Fora esta superlegal livraria de músicas, o que mais você anda fazendo?

TIM RESCALA: O “Blim-blem-blom”, que volta a ser produzido, sempre aos sábados, ao meio-dia, na Rádio MEC, com reestreia marcada para dia 16 de março em programa especial ao vivo. Alguns convidados já estão agendados, como Carla Rincón, Ayran Nicodemos e o duo Geisa Felipe e Luis Leite. O lançamento recente do CD “O pequeno príncipe” com a Orquestra Ouro Preto. Eu fiz a música e a narração, e o maestro Rodrigo Toffolo adaptou o texto. E estou em fase de finalização da música do filme “Pluft” que tem direção de Rosane Svartman.

MC: E seu nome “Rescala”, tão apropriado para um compositor, de onde vem?

TR: É libanês. Quer dizer fortuna de Deus.

MC: Está tudo explicado.