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Sopros na Música Brasileira

Divulgação -
Quinteto Villa-Lobos amanhã na Casa Firjan
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Amanhã às 20h, haverá a segunda apresentação de concertos em 2018, na Casa Firjan, em Botafogo, com um dos melhores grupos brasileiros de música de câmera: o Quinteto Villa-Lobos. O quinteto, que já existe há 56 anos, é atualmente formado por Rubem Schuenk (flauta), Paulo Sérgio Santos (clarineta), Luís Carlos Justi (oboé), Aloysio Fagerlande (fagote), e Philip Doyle (trompa). O porquê de serem cinco instrumentos e não seis ou quatro, por exemplo, se deve ao fato do enorme repertório dedicado à esta formação, que começou a se popularizar na Europa no final do século XVIII e tornou o quinteto de sopros um conjunto tão tradicional quanto, por exemplo, o quarteto de cordas. Em meados do século XX o repertório para quinteto de sopros cresceu enormemente, com obras de compositores como Schoenberg, Piston, Barber, Stockhausen, entre outros. No Brasil, Villa-Lobos, Mignone, Santoro, Gnattali e Lorenzo Fernández foram alguns que escrevam para este tipo de quinteto, com timbres somente de sopros.

O Quinteto Villa-Lobos se destaca não somente por tocar música brasileira erudita, mas também por executar compositores de outras nacionalidades, além de ter em seu repertório compositores da MPB como Pixinguinha, Gismonti, Guinga e Edu Lobo.

O concerto de amanhã incluirá algumas peças dedicadas especialmente ao Quinteto, como as de Edino Krieger, Mário Tavares e Radamés Gnattali. Fagerlande, há mais de duas décadas no conjunto, comenta sobre a escolha das músicas incluídas nesse concerto, uma homenagem às datas redondas relativas à vida dos compositores: “São os 90 anos de Edino Krieger, 70 de Ronaldo Miranda, e seriam também os 90 de Mário Tavares, além dos 30 anos de morte de Gnattali”. De Villa-Lobos serão tocadas a Ária da Bachiana nº4, Ária da Bachiana n°5 e Martelo da Bachiana n° 5, com arranjos de Caio Márcio, Paulo Sérgio Santos e Nelson Ayres.

Justi, oboísta há 33 anos no Quinteto, relembra a ligação de amizade muito próxima que tinham com Mário Tavares, regente da orquestra do Theatro Municipal na época em que ele e outros integrantes do Quinteto faziam parte da orquestra: “A peça que vamos tocar amanhã foi dedicada ao Quinteto. O Mário nos achava representantes desta obra, pois acompanhou ensaios e diversas apresentações. É uma peça que congrega elementos da música folclórica brasileira. O último movimento é em tempo de coco (um ritmo típico do Nordeste), o segundo movimento é um acalanto dedicado à sua esposa. Mário, apesar de mais conhecido como maestro, foi um grande compositor”.

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Quinteto Villa-Lobos amanhã na Casa Firjan (Foto: Divulgação)

Fagerlande ressalta a importância deste concerto, sobretudo por causa da diminuição atual de bons locais para se apresentar: “É extremamente louvável a iniciativa da Casa Firjan, um espaço deslumbrante, com uma curadoria de alta expertise”.

*Os ingressos para amanhã custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).

Notas e Acordes

O QUARTETO DE CORDAS DA UFF toca hoje, às 18h30, no espaço Guiomar Novaes, que faz parte da Sala Cecília Meireles. No repertório, Mendelssohn, Dvorák, Pixinguinha (Carinhoso) e Tom Jobim/ Vinicius de Moraes (Eu sei que vou te amar).