Domingo, noite de Grammy na televisão, foram distribuídos mais de 80 prêmios aos grandes da música mundial. Os nomes tops J. Balvin, Young Thug, Ricky Martin e Arturo Sandoval cantaram na abertura do evento. A temática dos discursos desta 61ª edição do Grammy foi o papel da mulher na sociedade, assim como o preconceito. O red carpet, como sempre, ficou com a melhor parte da festa, salvo o discurso de Michelle Obama, um capítulo à parte na cerimônia. De surpresa, ela surgiu no palco do prêmio, e passou uma mensagem sobre empoderamento feminino. Ao lado de estrelas como Lady Gaga, Jennifer Lopez, a atriz Jada Pinkett-Smith e a anfitriã, Alicia Keys, a ex-primeira dama declarou: "A música nos mostra que tudo isso importa - cada história de cada voz, cada nota de cada música". E Michelle prosseguiu: "Quer gostemos de country, rap ou rock, a música nos ajuda a dividirmos nossa dignidade e a tristeza, nossas esperanças e as alegrias. Nos permite ouvir uns aos outros, convidar uns aos outros". Para quem é vista como provável futura candidata à Presidência dos Estados Unidos, o Grammy foi uma bela plataforma de lançamento, caso isso proceda.
Este ano, cinco dos oito indicados a Álbum do Ano eram mulheres: Cardi B, Brandi Carlile, Janelle Monae, H.E.R. e Kacey Musgraves, vencedora do prêmio. A cantora Joy Villa, que apoia o presidente dos EUA, compareceu vestida de "muro com arame farpado". Atrás de seu vestido, lia-se: "Build the wall" (Construam o muro), e levava uma bolsinha vermelha em forma de caixa, onde se lia o slogan de Trump candidato: "Make America great again" (Tornar América grande novamente). Joy estava absolutamente horrenda, mas não pela esquisitice da roupa. Pelo mau gosto mesmo. Os novos tempos ensinaram que a moda pode ser estranha, pode inovar conceitualmente, pode romper padrões, mas não deve jamais ignorar a harmonia. À moda é permitida uma "liberdade poética", que tornou o ato de vestir mais do que um simples modo de se cobrir, mas uma forma de expressão, e ganhou o status de arte. A moda está cada vez mais individual, refletindo as preferências de quem a veste. A moda pode ser alegoria, fantasia, relato histórico, memória, denúncia em vários campos. A moda chega antes de seu tempo, não mais obedece a padrões de forma e estilo. Ela pode ser única ou pode ser múltipla. Haute Couture ou Fast Fashion. Neste seu novo momento, a sociedade se insurge contra as tiranias dos costureiros e das marcas, e cria o próprio look, agrega seu próprio valor ao que veste, inventa seus looks. Veja, nas fotos da France Press, os highlights do tapete vermelho da noite do último domingo.