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Adão e Eva no paraíso de Bolsonaro

Marcos Tristão -
Museu Nacional de Belas Artes
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No último domingo, esta coluna manifestou sua apreensão quanto à produção de livros didáticos, perguntando: “o governo Bolsonaro vai manter os programas governamentais de livros didáticos? E quem fará as avaliações dos livros no atual governo? O MBL? A UDR? A Damares?”.

Nossa preocupação procedia, e procede. Três dias depois do artigo na coluna, foram divulgadas as alterações, pelo governo de Jair Bolsonaro, nas diretrizes do edital para a produção dos livros escolares, sendo retiradas a proibição de publicidade, a exigência das referências bibliográficas, a agenda da não violência contra as mulheres e a orientação para promoção das culturas quilombolas e dos povos de campo.

A repercussão foi péssima, e o MEC de Bolsonaro voltou atrás de sua decisão, culpando Michel Temer. Portanto, os livros didáticos para as escolas públicas continuam a obedecer os mesmos critérios.

O episódio acabou trazendo à luz a informação que, na equipe que assessora o ministério da Educação nos “ajustes”, participa um colaborador do movimento Escola Sem Partido, o professor de Goiás, Orley José da Silva, religioso e conservador, a ser nomeado para um cargo no MEC.

Permanece o risco de a teoria da “terra plana” ser ensinada no Fundamental, e de o Livro do Gênesis substituir as descobertas científicas sobre a origem do Homem. E com Adão e Eva na capa.

FILHO DE PEIXE

O ano que vem é de eleições municipais pelo país, e os bastidores da política em Campos andam agitados nos últimos dias. No sábado, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, anunciou em uma rádio local que sua mulher Rosinha Garotinho deve surgir como candidata para prefeitura de Campos em 2020. No entanto, nos últimos dias, Rosinha foi condenada por improbidade administrativa, e seus direitos políticos foram suspensos por oito anos. Quem surge com força neste contexto é o filho do casal, Wladimir Garotinho. Nas eleições de 2018, ele não foi apenas eleito deputado federal, como também o candidato que mais teve votos em Campos dos Goytacazes. Dá-lhe, garoto!

CRUZEIROS EM ALTA

Janeiro será um mês agitado no Pier Mauá. De ontem até o dia 19, oito cruzeiros irão atracar no porto carioca, com mais de 36 mil turistas de todos os cantos do mundo. Desde o ano passado, o número de cruzeiros pelo país só faz aumentar. Os roteiros, por exemplo, passaram de 114 em 2017 para 124 em 2018, o que representa um aumento de 10%. Já oferta de leitos passou de 381 para 439 mil. Para este ano, a previsão é que sejam feitos 142 roteiros pela costa brasileira, e que cerca de 532 mil pessoas façam viagens de navio.

BOLA FORA DA PREFEITURA

As exigências anunciadas pela Riotur neste ano causaram grande incomodo nos tradicionais blocos de rua que movimentam o carnaval no Rio de Janeiro. As novas medidas incluem a presença de médicos, UTIs e postos de saúde em blocos com mais de 5 mil foliões. O problema, como sempre, é a conta, e quem será responsável por ela. Os bloco afirmam que não possuem dinheiro para isso. A prefeitura, por sua vez, só repassou a “batata-quente”. É grande, portanto, a expectativa para lista oficial de blocos da cidade, que será divulgada no final de janeiro. Periga muitos blocos não conseguirem a autorização do Corpo de Bombeiros.

TERRA PROMETIDA

O Brasil é o país que mais envia turistas à Israel. Quem garante é o próprio turismo do país do Oriente Médio, que divulgou um relatório que apresenta um aumento de 14% de visitantes brasileiros com relação ao ano de 2017. Em 2018, Israel recebeu cerca de 62,5 mil turistas do nosso país, resultado que coloca o Brasil como o principal emissor de turistas da América Latina para Israel. O escritório do turismo do país considera o Brasil um mercado prioritário. Isso, aliás, pode ser visto com o lançamento no mês passado de um voo direto de São Paulo, via Guarulhos, a Tel Aviv, operado pela Latam Airlines Brasil.

OS 82 ANOS DO MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES

Macaque in the trees
Museu Nacional de Belas Artes (Foto: Marcos Tristão)

Com o trágico fim do histórico Museu Nacional, posto abaixo pelo poder de um incêndio que acabou com um acervo de 20 milhões de itens, entre fósseis, múmias, peças indígenas e livros raros, há de ser feito algum esforço pelas autoridades responsáveis para preservar o restante de artefatos e objetos da cultura brasileira. Ontem, esta Coluna noticiou com orgulho a conclusão da digitalização de mais de oito mil documentos sobre os 50 primeiros anos do Theatro Municipal, um esforço imenso para celebrar o aniversário de 110 anos da Instituição. Quem também quer ter motivos para comemorar é o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), que chega aos 82 anos no próximo domingo e com direito a uma grande festa. Na cerimônia, serão doados ao seu acervo duas coleções importantíssimas para cultura nacional. A primeira pertence ao saudoso Glauco Rodrigues, pintor, desenhista, gravador, ilustrador e cenógrafo. Em suas obras, é perceptível a paixão pela paisagem brasileira e as críticas à nossa cultura visual, com destaque para a presença do índio, do carnaval, do futebol e da natureza tropical. Muitos críticos destacam o caráter hiper-realista de seus quadros. O segundo acervo doado ao Museu Nacional de Belas Artes pertence a Anita Leocádia Prestes, filha de Olga Benário e Luís Carlos Prestes.

PROVA DE QUE ELVIS NÃO MORREU

Acontece até domingo no Parkes Elvis Festival, na Austrália, uma celebração da vida e música de Elvis Presley. O Festival, que é sempre marcado para a segunda semana de janeiro, data que coincide com o aniversário do rei, atrai mais de 26.500 visitantes nacionais e internacionais, além de centenas de artistas. Por lá, além de inúmeras apresentações musicais e muita referência aos anos 1950 e 1960, existe um concurso que elege a fantasia mais original e parecida com o verdadeiro Elvis Presley. A Festa chega neste ano ao seu vigésimo sétimo aniversário, e com apenas uma mensagem: O rei, afinal, nunca perde a sua majestade.

O DIA SEM ELVIS

Era 16 de agosto de 1977 quando faleceu o Rei do Rock’n’Roll, Elvis Presley. A morte do rei foi noticiada em todo mundo, causando uma grande comoção mundial que durou meses seguidos, com passeatas, tributos e homenagens. Apesar do atestado de óbito amplamente divulgado, e de um enterro digno de um rei, há quem diga até hoje que Elvis, na verdade, não morreu. A lenda urbana, com o tempo, ganhou força. Para essas pessoas, Elvis seria refém de seu próprio sucesso, e por isso teria forjado sua própria morte. Na internet, em todo mundo, pessoas se reúnem através da Elvis Sighting Societies, as sociedades que acreditam que Elvis Presley está vivo até hoje, possivelmente escondido.

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A #DarwinvsDalmares foi um dos trending topics do Twitter na tarde de ontem. E tudo porque a ministra falou. Dalmares disparou: “A Igreja Evangélica perdeu o espaço na ciência quando nós deixamos a Teoria da Evolução entrar nas escolas”.

Com João Francisco Werneck