Em Copacabana, no Rio de Janeiro, o saldo da virada de ano foram 635 veículos removidos por estacionamento irregular. Mais de 7.600 itens apreendidos no comércio ambulante, a saber: 167 acessórios automotivos, 757 produtos de bazar e papelaria, 2.742 bebidas, sendo 1.291 alcoólicas, 15 botijões, 19 cadeiras, nove carrinhos de carga, quatro churrasqueiras, nove materiais de publicidade, 65 materiais de praia, dois triciclos, seis peças de vestuário, 146 maços de cigarro, 2.764 alimentos perecíveis e 1.062 não perecíveis.

RIO 100%

Já o saldo da hotelaria não poderia ser mais positivo: 100% de ocupação na orla. Hoje, o Réveillon carioca dá mais retorno à prefeitura em ISS do que o Carnaval, por incrível que isso possa parecer.

NITERÓI 500 MIL

Já em Niterói, a Praia de Icaraí vibrou de forma inédita, com 500 mil pessoas, um recorde para a cidade, e um show de fogos de artifício de 16 minutos, um a mais do que os fogos da Praia do Flamengo, cujos moradores puderam tirar uma casquinha da queima do lado de lá da baía, graças à noite de céu limpíssimo. Niterói encerrou a pirotecnia com uma torre de fogos em cascata. Muito bonito. E o prefeito Rodrigo Neves, preso, não pode admirar o próprio feito.

DEU RUIM NO LEBLON

O quiosque do Café de la Musique, no Posto 12, no Leblon, enfrentou problemas na organização de sua festa de final de ano. Planejado para ser na praia, o “Réveillon dos Desejos” foi parar no clube da AABB, na Lagoa. O problema foram os mais de dois mil metros quadrados ocupados na areia da praia, que ainda renderam multa de cerca de quatro mil reais. “Nada demais para os produtores, já que cada ingresso do “Réveillon do Desejo” saiu a R$ 1.490.

FAIXA DE WITZEL

A solenidade ontem, no Palácio Guanabara, de transmissão de faixa do governador que saía, Francisco Dornelles, para o novo Wilson Witzel contou com benção ecumênica. Unânimes, sacerdotes de várias religiões, afirmaram a importância da fé e do respeito religioso. Estavam: Babalawô Ivanir dos Santos, rabino Yossef Simonowits, pastor Josué Valandro de Oliveira Jr e o cardeal arcebispo dom Orani Tempesta.

GOVERNADOR 1%

O Governo Wilson Witzel foi inaugurado ontem sob uma incógnita. Personagem novo na política, o atual governador do Rio de Janeiro desperta curiosidades e dúvidas. A seu favor, tem o próprio tino político de quem, contra todos os prognósticos, insistiu em se candidatar, abrindo mão de seu cargo de juiz, a sete anos da aposentadoria. Políticos experientes tentaram dissuadi-lo de dar esse passo arriscado. Inclusive o prefeito Marcelo Crivella, que em março mandou-lhe recado que não o fizesse, pois suas chances eram de 1%. Hoje, Witzel diz, bem-humorado, “sou o governador do 1%”.

OUTSIDER

O que inspirou Wilson Witzel a insistir na candidatura foi a análise do quadro eleitoral, em que todos os cotados para o mandato tinham grandes obstáculos a serem considerados. Witzel concluiu que um “outsider” teria as mesmas ou até melhores possibilidades que os demais. E deu no que deu. Quando passou para o 2º turno, com 45% dos votos, o primeiro a lhe acenar apoio foi Marcelo Crivella, reconhecendo-lhe o mérito.

O ELO

O elo de ligação entre Witzel e Crivella na ocasião foi o advogado de ambos, Márcio Vieira, que, com 25 anos de atuação, principalmente no direito público, foi o responsável pelo jurídico da campanha de Wilson Witzel, de quem agora é assessor especial. Por uma dessas coincidências astrais, Vieira é também o advogado do vereador Carlos Bolsonaro.

ORAI POR NÓS

Hoje, Witzel e Crivella estão realmente próximos. Em seu discurso de ontem na transmissão da faixa no Palácio da Guanabara, ele fez essa menção dirigindo-se ao prefeito e à sua mulher, Sylvia Jane: : “Obrigado pelas orações”.

A TRÍADE

Tudo converge para que o governo Witzel, sabiamente, cumpra seu propósito de estabelecer um bom relacionamento com os governos Federal e municipal, repetindo a tríade harmônica que garantiu o sucesso em gestões anteriores em vários âmbitos, sobretudo na implantação do Metrô, nas grandes obras, na conquista da sede da Copa do Mundo e na realização das Olimpíadas no Rio.

PARCERIA NO CARNAVAL

Esse entendimento triangular não é uma especulação, já começa a ser fato desde a transição, quando Wilson Witzel iniciou tratativas com Marcelo Crivella para uma parceria no carnaval, que o Estado poderá unir esforços com a prefeitura, com vistas a atrair a iniciativa privada para a festa, nos moldes do Rock in Rio de Roberto Medina. Enquanto Crivella não faz segredos de que não aprecia carnaval, Witzel é um aficionado das festas populares e da cultura popular. O que não deixa de ser um alento para o povo da cultura do Rio de Janeiro, já assombrado pela extinção, ontem, do Ministério da Cultura, pelo decreto 870/2019.

PERCALÇOS PARA WITZEL

O Serviço público está repleto de vícios. Uma das medidas para corrigi-los seria evitar conflito de interesses de empresas de servidores públicos e seus familiares com o estado, nepotismo, etc... Mas há uma questão primordial de que pode depender o sucesso ou não da gestão do novo governador: colocar ordem interna em todas as secretaria e autarquias do Estado, a começar pelo efetivo cumprimento do ponto diário.

O PONTO

Nas repartições prevalecem formas inadequadas de aferir a frequência, como folhas de ponto manual, em que, para piorar, consta apenas uma única assinatura para todo o expediente, sem hora de entrada, nem almoço, nem saída.

OS FANTASMAS

Em algumas repartições as pessoas sequer conhecem os nomeados, que na melhor das hipóteses aparecem de tempos em tempos apenas para assinar os pontos. Em outros casos, trabalham somente alguns dos dias da semana. Talvez a única solução seja implantar ponto biométrico indistintamente em todas as unidades.

BIOMÉTRICO

Sobre o ponto biométrico, existe verdadeira batalha do Ministério Público para moralizar a situação e acabar com a folga dos gazeteiros, inclusive nas universidades federais, mas a resistência é grande. Sinal de que a maioria não cumpre as horas devidas e recebe indevidamente em seus contracheques.

 O GOVERNADOR Witzel passou em revista a guarda palaciana, com homens e mulheres da PM, e reverenciou a bandeira, fez agradecimento especial à família, destacou o amor aos quatro filhos e prometeu mudanças. Muitas. Para superar o déficit de R$ 8 bilhões, o Governador do Rio de Janeiro anunciou a redução dos custos da máquina governamental.

Com João Francisco Werneck