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Em plena temporada do Ovo da Serpente, teremos o Ovo singelo de Debora Colker

Divulgação -
OVO
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Na estreia, a coreógrafa Débora Colker foi aplaudida de pé na sede do Cirque du Soleil no Canadá. Além da Colker, o cenógrafo Gringo Cardia e o diretor musical Berna Ceppas se mudaram para lá naquele período. É dos mais emocionantes espetáculos da companhia. Chama-se OVO. Mas não é o Ovo da Serpente que tem inspirado tantos artigos na nossa mídia sobre o fascismo. É um OVO pitoresco, que conta a história de um ecossistema agitado pela chegada de um Ovo misterioso. Mundo cheio de vida e de cor, onde insetos trabalham, comem, rastejam, brincam, e até se apaixonam, ao som de ritmos brasileiros, do samba ao forró, do funk carioca ao baião e ao carimbó, que faz a plateia dançar. Ginastas viram bailarinos, que logo viram acrobatas. São 53 artistas, de mais de dez países, numa produção de R$ 88 milhões. O OVO estará no Rio de Janeiro de 21 a 31 de março de 2019, na Jeunesse Arena. Os ingressos estarão à venda entre os dias 7 e 28 de novembro.

Macaque in the trees
OVO (Foto: Divulgação)

Macaque in the trees
OVO (Foto: Divulgação)

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ANATOMIA DE UM COELHO

Intriga a lista divulgada ontem com os 27 nomes da equipe de transição para o próximo governo incluir dois Paulo Roberto. Um com o sobrenome Guedes, que é o banqueiro Paulo Guedes, e outro Paulo Roberto sem sobrenome. Ora, queridos, tirem suas conclusões: foi Paulo (Roberto) Marinho, que emprestou sua casa no Jardim Botânico para servir de QG da campanha de Bolsonaro. Os amigos mais próximos de Paulo Marinho, quando ele surgiu, o chamavam de “Coelho”. Era sabido pelos colunistas sociais de O Globo, que desagradava a Roberto Marinho noticiar em seu jornal um homônimo boêmio e festeiro de seu filho mais velho, Paulo Roberto Marinho, que morreu tragicamente num acidente de carro. Então, pelo menos por duas décadas, 70 e 80, ele foi Paulo Coelho nas colunas do Globo e também dos outros jornais. Os colunistas mais novos, inclusive, pensavam que este era seu sobrenome. Só nos anos 1990 Coelho, ou melhor, Paulo, passou a ser conhecido por Marinho.

A POESIA VENCEU

Tem futuro quem não gosta de poesia? Para o novo administrador da bucólica Paquetá, Edson Moreira Brígido, o seu futuro chegou ontem, com a publicação no Diário Oficial de sua exoneração pela Prefeitura RJ. A primeira (e última) medida de Brígido foi mandar retirar as mais de cem placas com poesias espalhadas pela ilha, o que fez poetas e menestréis locais erguerem suas vozes. Houve consequência.

A PONTE DO RIO (-NITERÓI) QUE CAI

É escandalosa a revelação, devidamente documentada, do estado catastrófico em que se encontram os pilares que sustentam a Ponte Rio Niterói, próximos ao vão central. Estão podres! Vergalhões enferrujados, caindo, placas de concreto se soltando, numa óbvia evidência de pouca ou nenhuma manutenção. Se faltam cuidados de manutenção, não faltam cobradores nos postos de pedágio. A manutenção é apenas cosmética: um asfaltozinho aqui outro ali, na parte visível da ponte. O vídeo com as imagens viralizou na rede. É bom não deixarem pra depois o que se faz urgente, pra não vermos se repetir um desastre trágico, como o do Museu Nacional ou o de Mariana.

Nota 100 para o Enem

Macaque in the trees
Nota 100 para o Enem (Foto: Reprodução)

Só elogios ao ENEM deste ano. Os educadores do INEP que formataram as provas, deram seu recado: o obscurantismo não se cria no meio acadêmico. O conteúdo do Enem sempre obedeceu ao princípio de as provas abordaram temas que mobilizam a sociedade. No Brasil de hoje preocupam o machismo, a misoginia, a homofobia, os mecanismos de manipulação da opinião pública, como as fake news, e o desprezo pelos direitos humanos. As provas foram exemplares. Uma questão abordou a Declaração Universal dos Direitos Humano. Com isso, o Enem indica seu estudo nas escolas. Na questão 83 foi discutida uma carta de Henfil, da série Cartas da Mãe (imagem acima), dentro de seu contexto histórico. É pedido ao aluno que indique a qual opção a crítica se refere, sendo levado a interpretar o texto. Não é disso que trata o Enem?

CONSERTAM-SE REPUTAÇOES

As fake News levaram a surgir nova atividade profissional: os fixers. Eles consertam as reputações, tal e qual um técnico repara sua geladeira. Depois de um diagnóstico profissional, os fixers, “consertadores de reputação” entram em cena. Seu enfoque é de que, independentemente de o alvo de boatos ou de acusações reais ser figura pública, empresa ou entidade, eles são todos marcas valiosas em risco. Segundo Kent Campbell, um dos mais conceituados fixers da Europa, “uma reputação não é baseada na verdade, mas na crença”. O termo fixer bombou depois do escândalo sexual envolvendo o jogador Cristiano Ronaldo. Marca valiosíssima, por sinal.

LIBERDADE PARA OS PROFESSORES

Preocupados com a liberdade de cátedra, professores da UFRJ procuraram o Plantão Jurídico do Sindicato dos Professores da Instituição querendo saber o que fazer se o aluno insistir em gravar sua aula. A advogada Ana Luísa Palmisciano orientou que os colegiados e as congregações universitárias discutam o assunto e deem orientação formal a seus professores, já citando a recente decisão do STF. No caso de a aula ser gravada, mesmo depois de um aviso público de que a prática não é permitida, o docente pode adotar as medidas disciplinares cabíveis. Deve também reunir testemunhas e buscar instâncias universitárias, como a coordenação do curso e da unidade, além do sindicato. A ocorrência policial não deve ser a primeira opção, deve ser apenas em atos extremos, como ameaças e agressões.

BRASIL E CHINA

As relações comerciais entre Brasil e China seguem estremecidas após declarações de Bolsonaro. No que depender da ACRJ, no entanto, a parceria com os chineses será a sério. A Associação Comercial foi uma das entidades brasileiras convidadas pelo governo da China para o Seminário de Promoção Comercial com Países de Língua Portuguesa, em Xangai, de 31 de outubro e 13 de novembro. Entre os temas debatidos estão as reformas econômicas, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, e o novo papel da China e dos BRICS no cenário global.

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A CASA CAIU!

A Caixa Econômica já avisou que não assina mais nenhum contrato do programa Minha Casa Minha Vida este ano. É o Brasil Novo sem dó nem piedade.

A mídia corporativa faz cara de paisagem, como se não tivesse nada a ver com esse quadro de pré barbárie que estamos vivendo, de obscurantismo e patrulhamento ideológico e moral. Mas ela foi, e é, a principal responsável. Até porque foi ela que liderou, desde o início, essa campanha de ódio, que se disseminou como bactéria, causando um quadro de septicemia generalizada em nosso povo, dificultando e distorcendo sua percepção da realidade.

População infectada ao longo de mais de uma década por essa campanha impiedosa contra o PT, contra Lula e seus partidários, nas TVs, nos jornais e rádios e sites, atribuindo a eles todas as desgraças do país, e que acabou se estendendo por toda a classe política, até a democracia. Traçaram um quadro de penúria e escuridão, nos anos em que o Brasil prosperava e chegava à condição de quinta maior economia do mundo, pagava o FMI, emprestava aos Estados Unidos, saía do Mapa Mundial da Fome. Nenhum desses méritos mereciam manchete, sequer destaque no noticiário dos jornalões. Tentavam quase esconder em registros ridículos ao pé das páginas.

Ao contrário de fazer jornalismo, mentiam. E mentiam muito. São eles, sim, os precursores das fake news no Brasil. E a mais escandalosa das mentiras era a “falência da Petrobras”, em noticiário orquestrado entre “colegas” da imprensa.

A população não teve defesas para combater esse vírus maledicente, que satisfazia a interesses alheios vários, menos o nosso, o do povo. O ódio a correr pelas veias e entranhas nacionais impedia a visão real dos fatos. Nesse estado de fragilidade, o povo brasileiro não teve como reagir a novo ataque: o das fake news nas redes sociais, semeando a intolerância, o ódio, pintando seus adversários como pervertidos éticos e morais. Imprimindo no povo a convicção irreal de que o desastre desses três anos pós impeachment “foi culpa do PT”. Potencializando os erros do Partido dos Trabalhadores, muito além de seu tamanho, satanizando um bom presidente e afagando cabeças tenebrosas, ignorando seus malfeitos, passando batido ao largo de seus desvios.

Essa condução facciosa da mídia envenenou tudo o mais. O Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Federal, os profissionais liberais, que se sentiram desprestigiados. Como os médicos, chegando a recusar pacientes que não rezassem no seu credo político. O “Mais médicos”, do jeito como foi pintado pela imprensa, com ecos na oposição, atendeu e salvou vidas de milhares de brasileiros no interior. Mas a imprensa não se dignou relatar.

Para completar a ópera bufa, em que os palhaços fomos nós, fizeram vista grossa quando a extrema direita desenterrou o obsoleto fantasma do “comunismo”, quando o Muro de Berlim já caiu há 30 anos, depois da Perestroika. Aqui, para essa Ku Klux Klan tropical, o comunismo está tão vivo quanto Elvis Presley está para seus fãs abilolados.

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A OAB ELEGE dia 21 suas novas gestões nacional, estadual e municipal para o triênio 2019-2021. O Estado do RJ terá seis grupos concorrentes. As chapas são lideradas pelos advogados Luciano Bandeira Arantes; Roque Z Roberto Vieira; Luciano Viveiros de Paula; Fernando Orotavo Lopes da Silva Neto; Vitor Marcelo Aranha Afonso Rodrigues e Rodrigo Salgado Martins.

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Com João Francisco Werneck

Divulgação - OVO
Reprodução - Nota 100 para o Enem