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O abismo só aumenta

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Até que o Al Ain começou a final com a corda toda, criando logo duas ótimas chances para marcar: na primeira, o goleiro Courtois fez boa defesa e na segunda Sérgio Ramos salvou quase em cima da linha. Mas foi só. Aos poucos, o Real Madrid tomou conta do gramado e, em ritmo de treino, chegou à goleada de 4 a 1, que lhe garantiu o inédito tricampeonato mundial (2016/17/18). O título deste ano foi o mais fácil de todos.

O abismo técnico entre os principais clubes europeus e o “resto do mundo” aumenta ano após ano. Numa análise fria, o Real Madrid, sem Cristiano Ronaldo, já nem deve ser considerado o melhor time do velho continente – prova disso suas dificuldades no campeonato espanhol e as atuações irregulares na Liga dos Campeões. Ainda assim, sobra numa competição no formato do atual Mundial Interclubes.

Se seu adversário, na decisão, fosse o River Plate, talvez fosse possível ver uma partida um pouquinho mais parelha. Mas o time argentino, que entrou em campo ontem completamente modificado e goleou o Kashima Antlers, tampouco seria capaz de roubar-lhe a taça.

Do jeito que a coisa vai, um sul-americano não voltará a conquistar o mundo tão cedo. Se o fizer, não será uma zebra, mas um elefante listrado de preto e branco. Não há mais termos de comparação entre o futebol que se joga aqui e o que se pratica lá. São quase dois esportes distintos.

Cabeça de vento

A fama é de craque, o futuro já está definido no futebol europeu (vendido pelo Fluminense ao Watford por uma pequena fortuna), mas a postura esportiva de João Pedro, artilheiro e joia maior da “nova geração de ouro” de Xerém, foi a pior possível na final da Copa do Brasil sub-17.

Na hora da verdade, além de não jogar bulhufas ele ainda agrediu o adversário Hugo com um carrinho criminoso, já no final da partida, acabando corretamente expulso e tentando provocar uma briga campal, ao permanecer no gramado provocando os rivais. Lamentável!

É triste ver como alguns dos jovens mais talentosos do nosso futebol já vem “estragados” das divisões de base. Com um comportamento desse tipo, são reduzidas as possibilidades de João Pedro se dar bem no futebol europeu. Corre o sério risco de repetir Gerson, outra joia tricolor, que foi vendido ao Roma e até hoje não se firmou. Ou coloca a cabeça no lugar, ou será mais uma promessa que se perderá pelo caminho.

Feito heroico

O destempero de João Pedro começou na frustração de uma derrota inesperada nas Laranjeiras. Além de o time tricolor ser considerado mais forte, seu adversário, o Flamengo, entrou em campo com mais da metade da equipe reserva, por conta de uma epidemia de caxumba que vitimou dez de seus jogadores. Comandado pelo promissor camisa 10 Renier, autor do gol da vitória, o rubro-negro foi heroico e mereceu o título.