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Casa cheia no adeus

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Sem chances de chegar ao título e com o vice-campeonato garantido, o Flamengo se despedirá da temporada com casa cheia. Os 68 mil ingressos colocados à venda se esgotaram rapidamente e incentivo da arquibancada não faltará para que o rubro-negro dê adeus a 2018 com mais uma vitória, embora de mãos abanando em termos de títulos.

O que existe no momento (e justifica o Maracanã lotado) é um grande otimismo em relação ao ano que vem, quando, sob nova direção e com a contratação de alguns reforços, o torcedor crê que, enfim, chegará a hora de levantar as taças que a gestão Bandeira de Mello arranhou, mas não levou.

Não há nada oficial, mas quem conhece os bastidores da Gávea sabe que, após a eleição do dia 8, Rodolfo Landim será o presidente, Marcos Braz, o vice de futebol, e Abel Braga, o técnico.

Ao menos no papel é um avanço considerável porque Landim tem tudo para manter a seriedade administrativa dos últimos seis anos, Braz (campeão brasileiro em 2009) supre a deficiência crônica do conhecimento dos bastidores do futebol, algo que seus antecessores não tinham, e, por fim, mas importantíssimo, Abel é superior a Dorival Júnior e infinitamente melhor que todos os estagiários que andaram comandando o elenco rubro-negro nos últimos anos.

A partida de hoje marcará também a despedida de Lucas Paquetá, que foi vendido para o Milan em plena reta final do Brasileiro, por um preço abaixo da multa rescisória e em suaves prestações. Uma das muitas besteiras cometidas por Bandeira de Mello e seus parceiros incompetentes no mundo da bola. De lá pra cá, a bola dele, que andava cheíssima, simplesmente murchou.

Pá de cal

Opinião do “torcedor” Eduardo Bandeira de Mello sobre o futuro técnico do Flamengo:

– Eu manteria o Dorival!

Se ainda houvesse dúvida, a candidatura do atual treinador estaria devidamente sepultada, com esse autêntico abraço do afogado.

Fiéis da balança

Os jogos de hoje não valem nada para os dois cariocas neles envolvidos. Flamengo e Botafogo, entretanto, decidirão a sexta vaga brasileira na Libertadores do ano que vem. Seus adversários, respectivamente, o Atlético Paranaense e o Atlético Mineiro brigam por ela.

O Galo de Minas tem vantagem de dois pontos. O Furacão precisa vencer e torcer contra seu xará. Mas tem ainda a possibilidade de se classificar para a principal competição do continente, através da Sul-Americana, onde disputará a final contra o Junior Barranquilla. Meu palpite? O Atlético Mineiro se classificar pelo Brasileiro e o do Paraná pela Sul-Americana.

Casa da mãe Joana

Não falta mais nada. Não bastasse a penúria em que o Fluminense viveu durante todo o ano, às vésperas do jogo que pode determinar mais um rebaixamento na história do clube, um bando de torcedores invadiu o centro de treinamento tricolor para dar uma dura nos jogadores.

Relatam os jornalistas que lá estavam que o centro de treinamento do Flu não tem muros! É livre o acesso, através de um matagal que ladeia os gramados. E o CT, como se sabe, é cercado por algumas comunidades famosas por sua violência! Como é duro ver o clube que já foi símbolo de organização e eficiência se transformar nessa zorra lamentável.

Revolta

A “dura” que o presidente do Vasco, Alexandre Campello, levou de um anestesista cruzmaltino, num hospital do Rio, foi fora de hora (Campello estava saindo de uma longa cirurgia e estava em seu ambiente de trabalho) e com claro viés político, mas boa parte da torcida vibrou com ela.

Como de hábito, imerso em turbulências políticas, o Gigante da Colina chega à última rodada brigando encarniçadamente contra o fantasma do quarto rebaixamento em 11 anos, o que representaria, sem dúvida, não somente uma vergonha, mas também uma tragédia já que, no ano que vem, os grandes clubes que caírem não terão mais um ano de garantia de cota de primeira divisão.

O golpe que Campello deu em Julio Brant pode custar caro.

Promessa

Frase impactante que pipocou no meu “Whatsapp”, dentre as muitas conversas que tive sobre o Flamengo, durante a semana.

“Se for, vou dar a vida para ganhar a Libertadores”.

O ladrão errado

Para fechar a coluna de hoje, conto uma do lendário zagueiro do Voltaço Edson Moita. Jogo duríssimo no Raulino Oliveira, o meia do Volta Redonda avança com a bola dominada, mas o adversário vem por trás e lhe rouba a pelota. O meia, revoltado, cobra do zagueiro, que assistia ao lance, de frente:

– Poxa, Moita, grita ladrão, né?

Ato contínuo, o becão olha para o juiz e urra:

– LADRÃO!

Foi para o chuveiro mais cedo...