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Vítima de uma traição

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A derrota do Vasco para o Corinthians, por 1 a 0, no Itaquerão, teve requintes de maldade. O autor do gol, Matheus Vital, foi uma das revelações recentes de São Januário e acabou vendido no início do ano, naquela liquidação que o ex-deputado e seu parceiro, o empresário Carlos Leite, promoveram para boicotar a gestão de Júlio Brant, que acabou nem acontecendo, por conta de outro golpe, numa eleição até hoje contestada na Justiça.

Vital, de futuro promissor (e já titular no time profissional) saiu por apenas R$ 8 milhões (o menor valor entre as revelações vendidas pelo clube da Colina, nos últimos anos). A transação aconteceu nos últimos dias da gestão do ex-presidente. Saíram, com ele, Anderson Martins (para o São Paulo) e Madson (para o Grêmio), um autêntico desmonte arquitetado pelo cartola e o empresário.

A derrota em São Paulo só não foi desastrosa para os vascaínos porque o Atlético Paranaense venceu o Vitória, em Salvador, mantendo o clube baiano no Z-4. Mas a distância para a zona da degola continua a ser de apenas dois pontos. As últimas três rodadas serão dramáticas para a turma da Colina.

Em tempo: o Vasco teve um pênalti não marcado a seu favor, já no final da partida: Marrony, em condições de finalizar, de cabeça, foi puxado por Avelar dentro da área e o juiz não deu. Nos acréscimos, Henrique ainda acertou uma bomba no travessão de Cássio.

Rivalidade incontornável

Houve um tempo em que Flamengo e Sport eram considerados coirmãos. Ambos rubro-negros, times de massa e com histórico de jogadores de sucesso com as duas camisas. Desde 1987 tudo mudou. Naquele ano, o rubro-negro carioca venceu a Copa União (a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro), o time pernambucano ganhou a Série B (chamada de módulo amarelo) e como não houve o tal “cruzamento” entre os campeões – exigido pelos cartolas e recusado pelos clubes da primeira divisão – iniciou-se uma polêmica que jamais terá fim. Para o Sport, e para a Justiça, o título brasileiro daquele ano é dele. Para o Flamengo e para quem gosta de futebol, o torneio representou o tetra do Mais Querido.

É neste clima de eterna animosidade que os dois times pisarão esta tarde o gramado da Ilha do Retiro, num jogo importante para ambos. Os cariocas precisam da vitória para se manterem no G-4, garantindo vaga direta na Libertadores do ano que vem e, vá lá, mantendo aceso o sonho impossível do título. Já os pernambucanos lutam desesperadamente contra mais um rebaixamento – estão a apenas um ponto do Z-4. Time por time, o Flamengo é superior. Mas precisará jogar muito, pois o Sport não perdeu uma vez sequer nas últimas cinco rodadas – vem de três vitórias e dois empates.

Joguinho com cara de empate sofrido para os dois. E o resultado é ruim para ambos. O Flamengo terá de volta Lucas Paquetá. Mas, com a bolinha que ele vem jogando, desde que foi estupidamente vendido para o Milan, na reta final do campeonato, não sei se isso é de fato uma boa notícia. Tenho sérias dúvidas.

No embalo

Após três vitórias consecutivas (sua melhor sequência no Brasileiro deste ano), o Botafogo chegou aos 44 pontos e está virtualmente livre do fantasma do rebaixamento. Já foi um feito, mas agora há quem sonhe com uma improbabilíssima vaga na Libertadores (precisaria descontar muitos pontos para o Atlético Mineiro e o Atlético Paranaense e torcer contra Santos e Bahia, que estão à sua frente). O adversário desta tarde, no Nilton Santos, é dos mais difíceis: o Inter, vice-líder na tabela e ainda postulante ao título. Se conseguir o quarto triunfo consecutivo, poderá até dar o título antecipado ao Palmeiras.

Longe do adeus

No duelo de gerações (o mais velho contra o mais novo dos participantes do ATP Finals), o suíço Roger Federer foi derrotado pelo alemão Alexander Zverev por 7/5 e 7/6, mas, apesar de eliminado antes da final, encerrou sua temporada satisfeito:

- Com 37 anos e 8 meses (seu adversário tem apenas 21), não posso me queixar do nível de tênis que ainda estou jogando. Hoje (ontem), perdi, como poderia ter ganhado. Foi um jogo muito parelho. Este ano ganhei um Grand Slam (Austrália) e voltei a ser número 1. Como reclamar? Entro de férias agora, mas no ano que vem estarei de volta, extremamente motivado. Enquanto me mantiver jogando em alto nível, como agora, não vejo motivos para pensar em aposentadoria – disse, na entrevista após a partida.

Na outra semifinal, o sérvio Novak Djokovic passeou na quadra dura da O2, a linda arena de Londres. Ele bateu o sul-africano Kevin Anderson em sets diretos (6/2, 6/2), com extrema facilidade, e chega invicto e favorito à decisão contra Zverev, a quem derrotou até com certa facilidade, na fase de grupos, por 6/4 e 6/1. Se, entretanto, o jovem alemão repetir a bela atuação que teve contra Roger Federer, a partida pode se tornar extremamente interessante.

Trio imbatível à vista?

Já imaginaram Draymond Green, Kevin Durant e LeBron James juntos? Dias depois da briga e da reconciliação dos dois primeiros, estrelas de primeira grandeza do campeão Golden States Warriors, a imprensa americana especula a possível transferência da dupla para o Los Angeles Lakers, de LeBron. Nem os Warriors, nem os Lakers atravessam boa fase no início desta temporada da NBA. Se os três superastros se juntarem, em 2019 o campeonato acaba antes mesmo de começar. Difícil crer que aconteça. Não seria interessante para ninguém.

Festa roxa

O dia das embaixadas rubro-negras, ontem, na Gávea, foi uma autêntica festa da chapa roxa, de Rodolfo Landim. Sabendo que não seria bem recebido, por ter demitido Mauricio Mattos, dirigente responsável pelo projeto, o presidente Eduardo Bandeira de Mello preferiu não comparecer ao evento, indo para Recife com a delegação e quebrando uma tradição de anos no rubro-negro.

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coluna | futebol