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Hora de fazer uma revolução

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Depois que a carruagem de Dorival Júnior voltou a ser abóbora, o Flamengo retrocedeu aos tempos do estagiário Maurício Barbieri. Toquinhos improdutivos pra lá, pra cá e pra trás e tome de cruzamento alto (e inútil) sobre a área. Assim foi derrotado pelo Botafogo e, ontem, sofreu horrores para derrotar o Santos – que só não marcou graças a duas defesas milagrosas de César, uma em conclusão à queima roupa e outra em cobrança de pênalti, ambas de Gabigol. Com esse futebolzinho meia-boca, o rubro-negro não podia mesmo ser campeão de nada este ano.

Os treinadores, é claro, têm suas parcelas de culpa, mas o que me parece cada vez mais evidente é que as características dos principais jogadores do elenco rubro-negro são mesmo essas. Lentos, já longe do auge de suas carreiras e com enorme dificuldade de fazer a bola passar da defesa para o ataque com rapidez e eficiência.

O maior exemplo é Diego, que se fosse multado em R$ 10 a cada vez que atrasa as manobras ofensivas, dando rodopios infrutíferos, para cavar faltas, ou tocando pra trás, pagaria a milionária dívida rubro-negra em um único Campeonato Brasileiro. A seu favor, ontem, o passe perfeito para Berrío, no início da jogada do gol – o único de fato efetivo, em 90 minutos.

Éverton Ribeiro, embora mais jovem, não é muito diferente. E ainda tem contra si a pouca potência de seus chutes – autênticos petelecos, incapazes de assustar até goleiros anões ou com bracinhos de jacaré. Quando arrisca, de fora da área, mata de raiva a torcida rubro-negra e de riso a do adversário.

Quem destoa desse padrão modorrento e improdutivo é Vitinho. Que ainda está a anos-luz de sua melhor forma, mas ao menos parte pra cima dos adversários, arrisca dribles no sentido do gol e chuta muito – e forte. Mas falta um detalhe importantíssimo: acertar o alvo. Berrío, que o substituiu ontem, ao menos salvou a pátria, dando o passe para o gol de Dourado (Aleluia, irmão!).

Nesse “tic-tac” genérico e de péssima qualidade (lançado lá atrás, por Zé Ricardo e mantido por seus sucessores), os centroavantes, sejam eles quais forem, estarão sempre fadados ao martírio, pois a bola praticamente não chega. Como diria o saudoso Nelson Rodrigues, os pobres coitados vivem mais isolados que Robinson Crusoé sem radinho de pilha. E como já não são lá grande coisa tecnicamente, o resultado é de dar dó.

Some-se a isso a presença de algumas nulidades assustadoras como Pará, Rodinei, Rômulo, Marlos Moreno, Geuvânio e outros menos votados e se chega facilmente à conclusão de que o elenco que chegou a ser considerado por muita gente um dos melhores do país é, na verdade, fraco.

Se ainda se mantém entre os primeiros na tabela do Brasileiro isso se deve acima de tudo à mediocridade assustadora do nosso futebol. Não é mérito rubro-negro, mas demérito da maioria de seus adversários.

Pelo que se viu na Gávea, ontem, na festa dos 123 anos de fundação do Mais Querido, a chapa encabeçada por Rodolfo Landim (que pintou a sede social de roxo) é franca-favorita para vencer as eleições do próximo dia 8.

Tomara que ele e seus pares já tenham se dado conta de que se não houver uma grande reformulação no elenco e uma autêntica revolução no departamento de futebol, mesmo com os cofres cheios, o Flamengo continuará a acumular frustrações, fracassos e decepções.

Bandeira de Mello e seus pares gastaram fortunas e não foram capazes de formar nem sequer um time vencedor.

Enfim, livre

Com a vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense, em plena Arena Condá, o Botafogo pode, enfim, respirar aliviado. Está virtualmente livre do fantasma do rebaixamento – precisa apenas conquistar mais um pontinho, nas quatro rodadas que restam. Talvez nem isso.

De quebra, o Glorioso ajudou o Vasco e o Fluminense, mantendo a Chape (a primeira do Z-4) com 37 pontos, dois a menos que o Gigante da Colina e quatro atrás do tricolor. Zé Ricardo, que começou o ano em São Januário e acabou em General Severiano pode acabar o ano salvando os dois clubes que dirigiu. Já é algo a comemorar.

Show de tênis

Com Novak Djokovic, Roger Federer e Kevin Anderson classificados, Alexander Zverev, Marin Cilic e John Isner brigam hoje, na linda Arena O2, em Londres, pela última vaga nas semifinais do ATP Finals. Creio que Sascha vá bater Isner se classificar – Cilic precisa derrotar Djokovic, tarefa das mais complicadas para qualquer um neste segundo semestre.

Seja quem for o quarto semifinalista, aposto em Nole para levantar pela sexta vez esta taça. Ele acumula vitórias recentes sobre todos os seus possíveis adversários na semi e na final. Está novamente jogando um tênis de altíssimo nível e, com justiça, independentemente do resultado do Finals, encerrará a temporada como número 1.

Decepcionante

Com Vinícius Jr. e Paulinho, a seleção sub-20 decepcionou no empate sem gols e sem graça com a Colômbia. Não jogou absolutamente nada, lá no Independência.

Você sabia?

Hoje, tem jogo da seleção de Tite! Zzzzzz...