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Ou acerta a mira, ou dá adeus

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Para continuar sonhando com o cada vez mais difícil título brasileiro, o Flamengo precisa fazer hoje, diante do Botafogo, o dever de casa que não fez nas duas últimas rodadas, contra o Palmeiras e o São Paulo, quando Paquetá e Vitinho, respectivamente, chegaram a ter em seus pés as chamadas “bolas do jogo”, mas as mandaram na lua.

Na teoria, o alvinegro carioca é um rival tecnicamente mais fraco que os dois últimos adversários paulistas do Fla. Mas clássico regional é sempre muito complicado e a partida é importantíssima também para o Glorioso, que continua tentando espantar o fantasma do rebaixamento.

Detalhe curioso: Zé Ricardo, atual treinador do time de General Severiano, jamais perdeu para o Flamengo, depois que saiu de lá. No comando do Vasco, foram três jogos, três empates. Dois 0 a 0 e um 1 a 1. Apesar da décima quarta posição na tabela (quatro pontos à frente do Z-4), um pontinho por novo empate não deve ser considerado mau resultado por ele. Esquema defensivo à vista.

No caso de Dorival Júnior, a situação é diferente e, desde que assumiu, um estilo de jogo extremamente ofensivo tem sido praticado pelo rubro-negro. Falta acertar a pontaria na hora da verdade. A conferir esta tarde.

Ainda os 6 a 0

A lembrança que fiz, na coluna de ontem, dos dois 6 a 0, entre Flamengo e Botafogo atiçou a lembrança de muita gente e a curiosidade dos mais novos. Por isso, resolvi relembrar as escalações das duas goleadas e fazer alguns comentários sobre esses jogos. Senão vejamos.

Escalações de 1972, quando o Glorioso humilhou o Mais Querido:

Botafogo: Cao; Mauro Cruz, Osmar, Valtencir e Marinho Chagas; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Fischer (Ferreti), Jairzinho e Ademir (Marco Aurélio). Técnico: Sebastião Leônidas.

Flamengo: Renato; Moreira, Chiquinho Pastor, Tinho e Rodrigues Neto; Liminha e Zanata (Mineiro); Rogério (Caio Cambalhota), Humberto, Fio e Paulo Cézar Caju. Técnico: Zagallo.

Gols: Jairzinho, 15’/1ºT (1-0); Fischer, 35’/1ºT (2-0); Fischer, 41’/1ºT (3-0); Jairzinho, 23’/2ºT (4-0); Jairzinho, 38’/2ºT (5-0); Ferreti, 42’/2ºT (6-0).

Público: 46.279 pagantes.

Minha análise, o Botafogo era tecnicamente superior e tinha mais craques: Osmar, Marinho Chagas, Carlos Roberto, Nei Conceição, Fischer e Jairzinho eram excepcionais. No Flamengo, apenas Zanata (em início de carreira) e Paulo César Caju podiam ser considerados craques. Curiosamente, no time rubro-negro nada menos que cinco jogadores (Moreira, Chiquinho, Rogério, Humberto e PC Caju), além do técnico Zagallo, tinham vindo do Botafogo.

Escalações de 1981, quando o rubro-negro se vingou do alvinegro:

Flamengo: Raul, Leandro, Figueiredo, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Lico, Nunes e Tita. Técnico Paulo César Carpegiani.

Botafogo: Paulo Sérgio, Perivaldo, Gaúcho, Osvaldo e Jorge Luiz; Rocha, Mendonça e Ademir Lobo: Édson (Jairzinho), Mirandinha e Ziza. Técnico: Paulinho de Almeida.

Gols: Nunes (7’/1ºT (1-0); Zico, 27’/1ºT (2-0); Lico, 33’/1ºT (3-0); Adílio, 40’/2ºT (4-0); Zico, 30’/2ºT (5-0); Andrade, 42’/2ºT (6-0).

Público: 69.051 presentes.

Minha análise: em 81, o desnível técnico era bem maior do que em 72. No rubro-negro, Leandro, Mozer, Júnior, Andrade, Adílio, Zico e Tita eram excepcionais. No Botafogo, apenas Mendonça e Jairzinho (em final de carreira) podiam ser considerados assim.

Detalhe: se o Fla que venceu por 6 a 0 era o melhor time rubro-negro de todos os tempos, o Botafogo que o goleou antes, pelo mesmo placar, estava longe disso. Os timaços bicampeões de 61/62 (com Mané Garrincha, Nílton Santos e outros craques) e 67/68 (com Gérson, Leônidas, Jairzinho, Roberto e Paulo César) eram superiores ao que humilhou o Fla, em 1972.

Por fim, algo indiscutível: o Botafogo e o Flamengo, nessas partidas históricas, eram times muito mais fortes do que os que se enfrentarão hoje, no Nílton Santos. Que saudade!

Sem mocinhos

O Globoesporte.com revela que Diego Alves também criou caso no Valencia, quando foi barrado. Mas outra reportagem, no mesmo portal, mostra que Dorival Júnior é useiro e vezeiro em criar casos com os jogadores que dirige. A lista das brigas vai de Neymar, no Santos, a Cueva, mais recentemente, no São Paulo. A futura diretoria rubro-negra precisa levar isso em conta, antes de decidir mandar embora o seu melhor goleiro.

De cocheira

Rodolfo Landim, candidato da oposição e favorito nas eleições de dezembro, no Fla, já tem o seu vice-presidente de futebol. E ele é do ramo.

Menos...

Boca e River começam a decidir hoje a Libertadores, mas, apesar da enorme rivalidade entre os dois clubes mais populares da Argentina, acho exagerado esse clima de histeria, com muita gente considerando este o maior clássico e esta a maior final do mundo! Menos... De mais a mais, os dois times atuais estão longe de serem espetaculares. O futebol dos hemanos, assim como o nosso, anda nivelado por baixo. Bem por baixo.