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Do cume ao despenhadeiro

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O futebol é mesmo apaixonante. O que é considerado uma maravilha, antes do apito inicial do juiz, pode se tornar um horror, após 90 minutos. E vice-versa. Na mais badalada roda gigante do momento está novamente Luiz Felipe Scolari, que muita gente considerara morto e enterrado, após os 7 a 1 contra a Alemanha, no Mundial de 2014, e ressurgiu como salvador da pátria no Palmeiras, chegando a postular, com boas chances, a inédita tríplice coroa, unificando os títulos da Copa do Brasil, da Libertadores e do Brasileiro 2018. Mas aí veio o jogo contra o Boca e pronto. Já está lá o Felipão, uma vez mais, na berlinda.

A eliminação na Copa do Brasil (contra o Cruzeiro) foi, na verdade, o primeiro golpe, bem absorvido porque o Verdão seguia (e segue) firme na liderança do Brasileiro e tinha bem encaminhada a classificação que dias depois confirmaria, para as semifinais da Libertadores.

Com o excelente rendimento do seu time “alternativo” no torneio nacional, soava razoável vencer as duas competições mais importantes que segue disputando. Ambas ainda são possíveis, mas ao menos no torneio internacional, a coisa ficou bem complicada, após os 2 a 0 na Bombonera.

O que torna o quadro especialmente preocupante para Scolari é que amanhã, cheio de desfalques, o Palmeiras fará outro jogo decisivo, fora de casa, contra um adversário forte, o seu mais próximo perseguidor na tabela: o Flamengo, no Maracanã, pelo Brasileiro.

A vantagem de quatro pontos que ostenta sobre os rubro-negros lhe garante que, mesmo em caso de derrota, se mantenha sozinho na liderança. Mas, em termos psicológicos, o abalo de novo revés pode ser desastroso. E se escaparem os dois títulos, o que não vai faltar é gente lembrando dos fatídicos 7 a 1. A vida é mesmo uma roda gigante...

Passageiro experiente

Scolari viveu situação semelhante na última vez que dirigiu a seleção brasileira. Começou com a corda toda, ganhando amistosos e a Copa das Confederações (batendo na final a Espanha, então campeã do mundo) e durante o Mundial do Brasil, mesmo sem atuações convincentes, chegou às semifinais, o que, aparentemente, o livrava de qualquer desprestígio.

Afinal, enfrentaria a poderosa Alemanha, sem Neymar, o seu principal jogador, e uma derrota honrosa não parecia capaz de produzir arranhões na sua imagem de treinador campeão do mundo e sempre capaz de colocar as seleções que dirigiu, no mínimo, entre as quatro melhores do planeta. Mas aí veio a hecatombe no Mineirão...

Curiosamente, naquele jogo Felipão foi crucificado porque ousou ao escalar Bernard no lugar de Neymar, tentando manter um esquema ofensivo – seus críticos achavam que ele deveria ter optado por mais um volante. Anteontem, na Bombonera, aconteceu o contrário. O Palmeiras entrou mais preocupado em não perder do que em tentar a vitória e acabou castigado com dois gols já no final. E ele apanha agora porque teria lhe faltado ousadia...

Qual será a opção tática do treinador para este jogão decisivo contra o Fla?

Ameaça de gancho

Para completar o período de inferno astral de Luiz Felipe Scolari, ele corre o risco de ser suspenso, por causa dos incidentes nos jogos contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil e do Brasileiro. O técnico será julgado hoje por incitar o ódio e a violência e foi enquadrado no artigo 243-D do CBJD, com a pena prevista de suspensão de 360 a 720 dias e multa entre R$ 100 e R$ 100 mil. Se condenado, já nem pode dirigir o Palmeiras contra o Flamengo, amanhã.

Roda rubro-negra

Quem está no momento lá na cadeirinha do alto da roda gigante é Dorival Júnior, que conseguiu reviver o anestesiado Flamengo de Maurício Barbieri, levando a torcida a voltar a acreditar no hepta. Mas, dependendo do resultado, tudo pode mudar. Só a vitória interessa ao Mais Querido e se ela não vier, o encanto se perde. Principalmente se, por acaso, o goleiro César falhar...

Escorrendo pelos dedos

O Fluminense deixou escapar no finalzinho uma vitória que seria importantíssima para a sua classificação às semifinais da Copa Sul-Americana, que pode lhe garantir um título internacional e uma vaga na Libertadores do ano que vem. Como disse o técnico Marcelo Oliveira, após o empate, o Flu pode ir ao Uruguai e derrotar o Nacional no Parque Central. Mas não será nada fácil. Mais que nunca, o tricolor precisará reviver a sua mística de time de guerreiros. No jogo de quarta-feira, teve oportunidades para aumentar o placar, as desperdiçou e acabou castigado.

Apenas um ponto

Com a vitória do Ceará sobre o Cruzeiro, o Vasco ficou a apenas um ponto do Z-4. O jogo de amanhã é em São Januário, mas contra o Internacional, que ainda sonha com o título e tem uma equipe bem mais forte tecnicamente. O técnico Alberto Valentim promete um time ofensivo, com postura de time grande. Sei não. Se jogar de peito aberto contra o Colorado, a chance de desastre é grande...

Velho entregador

E o Felipe Melo, hein?