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Todos os olhos sobre Paquetá

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O Flamengo precisa desesperadamente da vitória, para se manter na briga pelo título; o Fluminense também, para exorcizar de vez o fantasma do rebaixamento e ainda sonhar com uma vaga na Libertadores, caso o G-6 se torne G-7, com uma conquista brasileira este ano. Clássico mais charmoso do futebol carioca, o Fla-Flu promete emoções fortes para as duas torcidas, hoje à tarde, no Maracanã.

Independentemente do resultado, porém, o personagem principal da partida tende a ser o rubro-negro Lucas Paquetá. Negociado para o Milan, todos os olhos estarão sobre ele que, se jogar mal e o Fla perder, correrá risco de se tornar vítima da ira da torcida, ao lado do presidente Bandeira de Mello – já odiado por ter vendido o melhor jogador do elenco na reta final do campeonato, por preço abaixo da multa rescisória e em suaves prestações.

Pode ser até que Paquetá continue jogando bem nas dez últimas rodadas e o drama seja assim minimizado. Mas o fato é que foi, no mínimo, de incrível falta de sensibilidade - e competência - realizar a transação neste momento e por esse valor. A menos de três meses do final de mandato, é impossível não ver na atitude uma torpe retaliação ao provável sucessor, Rodolfo Landim, líder do grupo do qual se separou na última eleição.

Fisionomia abatida, provavelmente pelo fracasso na eleição para deputado federal, Eduardo Bandeira de Mello se apresentou, enfim, para uma entrevista coletiva, ontem, mas conseguiu a proeza de falar, falar e não dizer nada, alegando que há uma exigência do Milan de não revelar, por ora, detalhes da negociação. Era só o que faltava.

Nos bastidores da Gávea, o que se comenta é que, apesar do alardeado saneamento financeiro, o clube precisava vender Paquetá para equilibrar as contas! Só falta se descobrir que nem na parte econômica a gestão atual conseguiu ser a maravilha de que tanto falam. No futebol foi um desastre. Por ignorância futebolística e arrogância do presidente e seus pares.

Sem favorito

O time do Flamengo é, indiscutivelmente, mais forte que o do Fluminense. Isso, porém, não quer dizer muita coisa, num clássico tão tradicional como o Fla-Flu. Marcelo Oliveira ajeitou a defesa tricolor com três zagueiros e a nova dupla de ataque, com Luciano e Everaldo, conseguiu a proeza de fazer o time não sentir o desfalque do artilheiro Pedro. Como Dorival Júnior também deu uma melhorada na equipe rubro-negra, antes dirigida por Maurício Barbieri, acredito numa partida das mais animadas e, possivelmente, com muitos gols. Divertida deve ser.

Rolando Lero

Na entrevista que deu antes do amistoso com a Arábia Saudita, além de cometer o desatino de analisar o adversário como se fosse uma potência da bola, Tite disse que, mais do que vencer, queria convencer – o que, no jargão do futebol significa jogar bem, dar espetáculo. Veio a pelada e a seleção até venceu, mas nem contra um zé ninguém do futebol, convenceu.

O próprio treinador admitiu, após o jogo, que seu time ficou devendo. Mas ainda assim conseguiu elogiar o desempenho da... defesa! Que enfrentou um dos ataques mais inofensivos do planeta. Como não podia deixar de ser, soltou ainda uma de suas pérolas:

- Estou “oportunizando” como mexer as peças para que consiga ter articulação e infiltração, armação e poder de conclusão, ter posse e ser vertical....

Como diria o velho e divertido locutor Sílvio Luís, “pelo amor dos meus filhinhos”! Rolando Lero, orgulhoso, assinaria todas as entrevistas do técnico da seleção brasileira.Diferença abissal

Enquanto o Brasil fazia amistoso com a inexpressiva Arábia Saudita, Inglaterra e Croácia empatavam (0 a 0) e a Bélgica batia a Suíça (2 a 1), em jogos válidos pela Liga das Nações. Alguma dúvida de que o abismo tático entre europeus e o resto do mundo (aí incluída a seleção brasileira) só vai aumentar nos próximos anos?

Risco necessário

A prematura desclassificação da seleção brasileira feminina de vôlei, no Mundial do Japão, fez crescer uma onda de críticas ao técnico José Roberto Guimarães, por ter apostado em jogadoras que estavam longe da forma ideal: Natália, Fernanda Garay, Thaísa e Dani Lins. Mas se o treinador resolveu apostar nelas foi porque as possíveis substitutas não empolgavam. É duro admitir, mas após tantos anos de ouro no voleibol, o Brasil vive uma grande entressafra. No feminino e no masculino, apesar do vice-campeonato mundial conquistado pelos homens. Já vão longe os tempos de ouro de Sheilla, Giba, Fabiana, Dante, Fabi, Nalbert e tantos outros. É preciso um duro trabalho de garimpo para tentar voltar a ser dominante como fomos nos últimos anos.

No prego?

Mundial de Atletismo, o “foquinha” (jornalista iniciante) se aproxima de um dos atletas e lhe pergunta que modalidade pratica:

- Lançamento de martelo.

- A que distância?

- Uns 40 metros.

- Quarenta metros?!?! E consegue acertar no prego???

Pano rapidíssimo.