Meu amigo Paulo Vinícius Coelho, o excelente PVC, ressaltou ontem, no “Expediente Futebol”, um dado sintomático e assustador. O Cruzeiro, que derrotou o Corinthians na primeira partida da final da Copa do Brasil, jogou com 11 titulares com 30 anos ou mais!
Mesmo com todo respeito aos veteranos e o reconhecimento de que a medicina esportiva e a preparação física evoluíram muito nos últimos anos, essa é uma prova cabal de como o nosso futebol se mediocrizou. Não há no exterior, mesmo nos dias de hoje, um time competitivo com média de idade tão alta. E o Cruzeiro só consegue se manter assim por aqui porque o nível do futebol brasileiro é medíocre.
Faz tempo que costumo dizer que nossos campeonatos são disputados por jogadores de bengala ou de chupeta. É o que nos resta, pois os jovens talentosos saem cada vez mais cedo e acabam substituídos por atletas que foram bem antes, já estão em final de carreira e retornam ao país para pendurar as chuteiras, conseguindo ainda brilhar, face à fraca concorrência.
Fiquei curioso agora de saber qual é a média de idade do Campeonato Brasileiro. A dos clubes que estão disputando as primeiras colocações, não tenho dúvida, anda mesmo perto dos 30 anos.
O avestruz ataca de novo
Dorival Jr. dava entrevista coletiva, no Ninho do Urubu, quando o presidente Eduardo Bandeira de Mello passou pela sala de imprensa, provocando, naturalmente, perguntas dos jornalistas presentes. Não respondeu a nenhuma, embora esteja finalizando a venda do principal jogador do elenco por preço consideravelmente inferior ao valor da multa rescisória. Lembra da história do avestruz? Pois é.
Que surpresa!
Quando Everton trocou o Flamengo pelo São Paulo, fiquei boquiaberto em ver quantos comentaristas (e foram muitos!) encheram a boca para dizer que seria um desfalque terrível para o rubro-negro porque ele era o melhor jogador do elenco! Só rindo! Nunca foi e a sua saída permitiu enfim a efetivação de Vinícius Jr. que, enquanto não foi para o Real Madrid, fez o ataque rubro-negro subir de patamar.
Agora, diante das seguidas contusões musculares do ex-rubro-negro e atual tricolor, os mesmos “gatos mestres” se espantam com a fragilidade dele, algo que todos os torcedores do Fla já conheciam de cor e salteado. Ele é bom jogador? É. Nada além disso. E sempre sofreu com seguidos problemas físicos, a maioria deles, musculares. Nenhuma novidade.
Olho afiado
O Fluminense vendeu Fred e Henrique Dourado desandou a fazer gols. O “Ceifador” saiu (grande negócio) e Pedro se tornou artilheiro. Pedro se machucou e agora surge uma dupla afiada de atacantes formada por Luciano e Everaldo. Os “gênios” do tal Centro de Inteligência e Mercado do Flamengo deveriam fazer um estágio nas Laranjeiras e pedir conselho aos olheiros de lá...
Pires na mão
Com dois meses de salários atrasados, o Botafogo está pedindo a segunda parcela de adiantamento da cota da TV para 2019. Pode dar certo? Quando os dirigentes dos clubes brasileiros aprenderão a gastar de acordo com suas receitas? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro, né? Detalhe: se o Glorioso for rebaixado, a grana da TV, na próxima temporada, será reduzida drasticamente. Acabou a mamata de os grandes manterem cotas de primeira divisão, na primeira temporada do rebaixamento – o que, naturalmente, facilitava o retorno.
Decadência
A seleção brasileira feminina de vôlei envelheceu e a renovação pretendida pelo técnico José Roberto Guimarães está longe de trazer esperanças. Eliminada precocemente, ontem, no Mundial do Japão, na verdade, a equipe não conseguiu empolgar em nenhuma das partidas que disputou. As campeãs olímpicas que ainda estão no grupo já não conseguem repetir o desempenho de outrora e as jovens, em sua maioria, estão longe do altíssimo nível atingido em Pequim e Londres. Uma pena.
Roger x Novak
Classificados para as quartas do Masters 1000 de Xangai, Roger Federer e Novak Djokovic podem se enfrentar na final e decidir também quem ficará com o número 2 do ranking – atualmente, o suíço está em segundo e o sérvio em terceiro. Ambos lutam ainda para acabar a temporada na liderança, desbancando o espanhol Rafael Nadal, que talvez nem jogue mais este ano, por causa de uma contusão no joelho.
Sem Del Potro, que se machucou e teve que abandonar o seu jogo contra o croata Borna Coric, Federer parece ter o caminho mais livre até à final. Dojokvic pode pegar Alexander Zverev, na semi.
Hoje, Roger enfrenta o japonês Kei Nishikori e Novak, o sul-africano Kevin Anderson. O SporTV 3 transmite.
Ridículo atroz
Pode existir algo mais absurdo do que fazer um treino fechado para enfrentar a Arábia Saudita, em um amistoso rastaquera? Tite, realmente, perdeu o senso da realidade e do ridículo. Em tempo: alguém está minimamente interessado nessa pelada? Periga ter audiência menor do que os filmes água com açúcar da tradicional sessão da tarde.