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Clube rico, futebol pobre

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Único clube carioca a jogar na rodada, antes da eleição, o Flamengo volta ao Itaquerão, hoje à noite, para enfrentar novamente o Corinthians. Em quinto lugar na tabela, a quatro pontos do líder, em caso de mais uma derrota, como aconteceu na Copa do Brasil, sepultará a sua última chance de conquistar qualquer título no ano – o último da administração Bandeira de Mello, que transformou o rubro-negro num clube rico em finanças, mas pobre em títulos no futebol.
As obras no Ninho do Urubu seguem a pleno vapor, centros de “inteligência e excelência” foram montados, jogadores com salários astronômicos contratados e, ao menos no papel, todas as condições criadas para uma era de glórias. Certo? Errado, se você coloca nos postos chave pessoas que não entendem bulhufas do mundo da bola. E foi exatamente o que aconteceu nos últimos seis anos. Neófito na administração esportiva e arrogante, no trato pessoal, o presidente se cercou de gente ignorante na matéria como ele. E deu no que deu. Dirigir uma potência do mundo da bola, como o Fla, é mil vezes mais complexo do que tocar um setor técnico e burocrático do BNDES.


Hora de comparar
Dorival Jr. só teve alguns dias para treinar, mas talvez se possa notar, logo mais, algumas diferenças básicas em relação ao desempenho da equipe contra o mesmo adversário. O Fla de Barbieri dominou o Corinthians de Jair Ventura, em dois jogos, mas foi incapaz de transformar essa superioridade de posse de bola em gols. E acabou eliminado num lance de genialidade de um moleque talentoso do adversário.
O novo treinador rubro-negro já disse que quer ver seus jogadores entrando mais na área inimiga e concluindo sempre que possível. Nada de ficar só rondando o gol, com toquinhos improdutivos pra lá e pra cá, como acontecia com seu antecessor. A volta de Uribe – de quem Dorival se confessa fã – é uma oportunidade para o colombiano mostrar que não foi apenas mais um dos muitos erros do chamado Centro de Inteligência e Mercado, pródigo em descobrir “bondes” para o clube.
Diego Alves e Diego continuam fora, mas Paquetá e Vitinho se recuperaram e jogarão. Faz muito tempo que o Flamengo não vence o Corinthians em São Paulo. O torcedor do Mais Querido que se prepare para mais 90 minutos de muito sofrimento.


Desfalques decisivos
A eliminação do Botafogo da Sul-Americana foi especialmente dolorida por ter acontecido nos pênaltis, numa noite em que nem Gatito Fernandez, nem Jefferson puderam jogar. Além de excelentes goleiros, ambos são pegadores de penalidades máximas e, muito provavelmente, um deles poderia ter garantido a vaga contra o Bahia.
O time de Zé Ricardo teve chances de liquidar a fatura no primeiro tempo, quando dominou o adversário, criou várias oportunidades e marcou logo o seu gol. Mas não o fez e, pior, numa bobeada coletiva de sua defesa, permitiu o empate. Aí, começou a se complicar. Embora voltasse a se colocar em vantagem, ainda no primeiro tempo, quando retornou para a etapa final o fôlego já não era o mesmo e esteve mais perto de sofrer novo empate do que fazer o terceiro, que lhe garantiria a classificação.
O único ponto positivo na eliminação é que, a partir de agora, o Botafogo passará a se concentrar apenas no Brasileiro, onde ainda corre sério risco de rebaixamento. Cá entre nós, muito pouco para uma história tão gloriosa.


Sonho impossível
Derrotando adversárias bem mais fracas na fase inicial (Porto Rico, República Dominicana, Quênia e Cazaquistão) e perdendo feio o único jogo difícil (para a Sérvia), a seleção feminina de vôlei do Brasil começa agora a ser testada de fato, contra Holanda, Japão, Alemanha e México.
As seleções mais fortes do torneio, porém, me parecem estar na outra chave: Itália e Estados Unidos. Essas duas e a Sérvia são as favoritas para levantar a taça. O time de Zé Roberto Guimarães ainda precisa evoluir bastante para sonhar com o pódio. Título me parece quase impossível.


Cabeça a cabeça
Os dois últimos Masters 1000 do ano, ambos disputados este mês, em Xangai e Paris, podem provocar uma mudança no ranking mundial do tênis, ora liderado pelo espanhol Rafael Nadal. O espanhol não deve jogar em nenhum deles e talvez só volte às quadras no ano que vem, por conta das dores no joelho que o torturam desde o US Open. Se isso acontecer, o suíço Roger Federer, o sérvio Novak Djokovic e o argentino Juan Martin Del Potro disputarão o número 1, cabeça a cabeça.
O sérvio leva uma vantagem considerável em relação aos outros dois. Não tem mais pontos a descartar, pois não jogou nesta fase do ano, em 2017. Além disso, ganhou os dois últimos torneios de Grand Slam (Wimbledon e US Open). Nole é o tenista do momento. Mas quando Roger está na disputa, tudo é possível.


Mão na taça
Com 50 pontos de diferença em relação ao alemão Sebastian Vettel, o inglês Lewis Hamilton chega a Suzuka como favorito para o GP do Japão. Está guiando como nunca, enquanto seu rival se mostra abatido psicologicamente pelos próprios erros, que lhe custaram pontos importantes quando a Ferrari era mais forte que a Mercedes. Agora, somente um abandono de Lewis e uma vitória de Sebastian podem devolver emoção à disputa. O inglês já é virtualmente pentacampeão.