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Arara-azul-de-lear tem filhotes em unidade do zoo de São Paulo

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O Centro de Conservação de Fauna Silvestre do Estado, mantido pela Fundação Parque Zoológico de São Paulo em Araçoiaba da Serra, interior paulista, conseguiu pela primeira vez o nascimento de filhotes de arara-azul-de-lear, espécie com alto grau de ameaça na natureza.

As duas avezinhas nasceram nos dias 8 e 13 de janeiro último de uma ninhada de quatro ovos - um terceiro ovo eclodiu, mas o filhote não sobreviveu. A boa notícia foi divulgada nesta quinta-feira, 21, após os filhotes terem atingido um bom estágio de desenvolvimento.

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é a única espécie de ave mantida no Centro de Fauna Silvestre, instalado há quatro anos na cidade do interior. Segundo a assessoria do zoo, a unidade foi concebida para promover pesquisas e ações de conservação com espécies ameaçadas de extinção. Classificada como em perigo de extinção e endêmica de áreas restritas da caatinga, no Estado da Bahia, essa ave não se reproduz facilmente em cativeiro. Somente em 2015 o Zoológico de São Paulo conseguiu sucesso na reprodução, registrando o primeiro nascimento em instituição brasileira - nasceu o Teobaldo, nome dado ao filhote em votação pública.

Conforme a assessoria, o casal reprodutor de São Paulo foi responsável por outros nove filhotes vivos. Após remanejamentos de animais e tentativas de formação de novos pares, aconteceu em janeiro o nascimento de três filhotes em Araçoiaba da Serra de um segundo casal reprodutor formado pelo zoo paulistano.

Duas avezinhas nasceram no ninho, com os pais, e outra na chocadeira. Após a morte de um filhote no ninho, o remanescente também foi retirado para criação artificial. Assim, já há ambiente favorável para nova postura. Os filhotes recebem cuidados diários da equipe técnica, até estarem aptos a serem integrados às ações do plano de cativeiro internacional.

Ainda segundo o zoo, a população desta espécie em zoológicos e criadouros conta com poucos casais reprodutores e isso é um fator preocupante, já que não favorece a variabilidade da população cativa, comprometendo a conservação da arara-azul-de-lear. "Diante disso, é uma grande conquista para esta Fundação manter um segundo casal reproduzindo com êxito, pois irá fortalecer as ações de recuperação da espécie, visando a manutenção de uma população geneticamente viável nos atuais programas de proteção", informou.

Micos

O Centro de Fauna Silvestre desenvolve pesquisas também com micos-leões-pretos, tendo obtido o nascimento de oito filhotes desde 2015. Parte desses animais foi enviada para instituições nacionais que entraram no programa de cativeiro da espécie. Atualmente, existem apenas 56 espécimes em cativeiro no mundo.

O centro também obteve o nascimento de quatro tamanduás-bandeira, tendo enviado uma das crias, fêmea, para o Zoológico da Colônia, na Alemanha. Recentemente foi integrado ao plantel do centro o sagui-da-serra-escuro. O objetivo é conseguir a reprodução e aumento populacional em cativeiro, pois hoje a população cativa oficial é composta de apenas 45 indivíduos.