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Longa vida às baleias

Espécies de baleias e de gorilas saem de lista de ameaçadas de extinção ou em perigo

Annie Douglas -
A população das baleias-comuns dobrou desde 1970, por isso a espécie saiu da lista de ameaçada de extinção para vulnerável
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A situação das baleias e dos gorilas-das-montanhas, em grave perigo de extinção no passado, melhorou graças à luta contra a caça das espécies, segundo um estudo da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). O anúncio foi feito no momento em que governos de vários países do mundo se reúnem no Cairo, no Egito, para a Convenção da Diversidade Biológica.

Antes considerada uma espécie em perigo, a baleia-comum, o maior animal do mundo depois da baleia azul, é classificada agora apenas como “vulnerável”, status que, no entanto, ainda requer atenção. A mudança ocorreu pois a população mundial da baleia quase dobrou desde a década de 1970, graças principalmente à proibição da caça às baleias, segundo a Lista Vermelha das Espécies em Extinção, atualizada agora pela UICN.

Macaque in the trees
A população das baleias-comuns dobrou desde 1970, por isso a espécie saiu da lista de ameaçada de extinção para vulnerável (Foto: Annie Douglas)

A proteção quase completa da baleia-comum, que pode chegar a 20 metros de comprimento, permitiu que a população mundial da espécie se aproximasse de 100 mil exemplares.

A situação das baleia-cinzenta, caçada há vários séculos por seu óleo e carne, também melhorou, passando da classificação de “perigo crítico” para “em perigo”.

Gorilas-da-montanha

A atualização da Lista Vermelha também representa esperança para os gorilas-das-montanhas, considerados um dos animais “mais carismáticos do mundo”, que passaram do status de “perigo crítico” a “em perigo”. O motivo da melhora também foi uma maior vigilância contra a caça.

Em 2008, existiam somente 680 exemplares da espécie. Dez anos depois, o número supera mil, a maior marca já registrada desde o início da produção da lista.

O habitat dos gorilas-das-montanhas está limitado a áreas protegidas que somam 792 quilômetros quadrados, o Parque Nacional de Virunga e a região de Bwindi-Sarambwe, que abrangem a República Democrática do Congo (RDC), Ruanda e Uganda. As duas áreas são cercadas de terras intensamente utilizadas para a agricultura e por uma população humana cada vez maior.

Apesar do alívio na classificação, a UICN aponta várias ameaças para a subespécie. A organização cita a caça, os transtornos decorrentes da urbanização e as doenças introduzidas pelo homem, que vão desde infecções respiratórias até o vírus do ebola. Outra espécie que teve um aumento em sua população, segundo o organismo, é a girafa de Rothschild

“Esta nova atualização da Lista Vermelha ilustra o alcance das ações de conservação, com avanços nos status de classificação constatados para a baleia-comum e o gorila-da-montanha”, destacou a diretora geral da UICN, Inger Andersen.

“O sucesso na conservação dessas espécies é prova de que ambiciosos e esforços colaborativos de governos, negócios e sociedade civil podem reverter a maré da perda de espécies”, acrescentou ela.

A atualização da lista, que aborda 96.951 espécies em todo mundo, das quais 26.840 estão ameaçadas de extinção, revela que as ameaças à biodiversidade continuam presentes no planeta. O número de exemplares de algumas espécies de fauna e flora estão em declínio, como por exemplo uma importante árvore, a Pterocarpus erinaceus, que corre risco pelo desmatamento e ação de madeireiros, e uma flor, a jarro-titã, considerada uma das maiores e com mais aroma do mundo.

Além disso, entidade alerta que a pesca excessiva provoca uma queda nas espécies de peixes em algumas partes do mundo em desenvolvimento. Ao todo, 54 espécies estão ameaçadas. Entre elas, o peixe mais importante economicamente para o Malauí, o chambo, e mais de 100 tipos de garoupas, que são encontradas em todo o mundo.