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Plataforma investe R$ 4,8 milhões em negócios de impacto na Amazônia

Thiago Silva/ Fapesp/Direitos Reservados -
Visão geral da floresta estudada
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Startups selecionadas para participar do Programa de Aceleração da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) se reuniram em Manaus na última quinta-feira (5) para uma rodada de negócios com investidores de impacto, institutos e fundações filantrópicas.

Foram investidos ao todo R$ 4,8 milhões em nove negócios de impacto, que atuam nas áreas de produção de alimentos, geração de energia, extrativismo sustentável, educação ambiental, logística de transporte fluvial e plataforma de comercialização.

São eles: Na Floresta, Coex Carajás, Oka Sucos, Prátika Engenharia, Tucum Brasil, Academia Amazônia Ensina, NavegAM, Manioca e Onisafra.

O valor investido nas startups é quatro vezes maior do que o investido na rodada de negócios promovida pela PPA em 2018, que contabilizou um total de R$ 1,1 milhão.

Os investidores da rodada 2019 foram SITAWI, USAID, Conexsus, Fundo Vale, Instituto Humanize, FIIMP, Grupo Rede Amazônica e Althelia Funds, quase todos membros da PPA.

“A rodada superou totalmente nossas expectativas. Ficamos surpreendidos com o estágio de desenvolvimento dos negócios e com o quanto eles estão prontos para receber investimento e iniciar um processo de expansão”, avalia o coordenador executivo da PPA e diretor de novos negócios do Idesam, Mariano Cenamo.

Ted Gehr, diretor da USAID Brasil, destaca que, além do progresso real no número de inscritos e no volume de investimentos de um ano para o outro, o que o impressionou foi a qualidade das apresentações.

"Ficou claro que eles pensaram seriamente nos planos de negócios, e o entusiasmo que todos mostraram com seus produtos e serviços e com o desenvolvimento sustentável da Amazônia", afirma Gehr.

Antes de começarem as negociações, CEOs de empresas integrantes da PPA e investidores participaram de uma mesa sobre investimentos de impacto na Amazônia, que destacou a inovação e a vanguarda desses negócios na mudança da chave de desenvolvimento econômico local e a importância de ter mecanismos técnicos e financeiros para fomentar esse movimento.

Denis Minev, CEO da Bemol e integrante da PPA, avalia que o programa de aceleração e as rodadas de investimento já têm resultados em pouco tempo de atuação.

“Muita gente fala sobre o tema da bioeconomia, que é um tema importantíssimo na Amazônia como um todo, mas vejo muita fala e pouca gente criando coisas que efetivamente vão melhorar as condições de vida na região utilizando a bioeconomia. E essa iniciativa da PPA já está mostrando que é possível construir empresas novas, mobilizar empresários bons e profundos, cientistas, empreendedores que realmente conhecem a Amazônia, para construir esse futuro mais próspero para cá”, afirma.

Márcia Côrtes, do Instituto Humanize, reforça também o potencial da bioeconomia no Brasil. “A PPA conseguiu identificar essa rede de empreendedores e de negócios sustentáveis que já acontecem na floresta, e esse é o futuro da questão ambiental. Essa tendência a ter negócios que deixam a floresta em pé, que restauram, de preservar com essa inteligência de gerar renda e também gerar prosperidade para as pessoas que vivem na floresta.”

Para os negócios de impacto em fase inicial, muitas vezes é difícil encontrar investidores que trabalhem com tickets de valores menores, o que dificulta o acesso a recursos por parte dos negócios em fases iniciais, que precisam de aportes menores para rodar.

Participaram da rodada de negócios deste ano oito das 15 startups selecionadas para o programa de aceleração da PPA 2020, além de duas outras que integraram o programa em 2019: Na Floresta, Coex Carajás, Oka Sucos, Tucum, Academia Amazônia Ensina, NavegAM, Nossa Fruits, Manioca e Onisafra. Os investimentos em cada negócio variaram em acordo com suas necessidades e nível de estruturação.

Outros negócios selecionados para o Programa 2020 concorreram ao Prêmio Empreendedor PPA, também entregue durante a rodada de negócios, que premiou três deles com R$ 10 mil cada. Os vencedores foram Instituto Ouro Verde, Serras Guerreiras de Tapuruquara e Cacauway.

Artur Coimbra, proprietário da empresa Na Floresta, recebeu o maior ticket de investimento da rodada de negócios. O principal produto é o chocolate Na’kau, produzido desde 2017 com cacau amazônico comprado de comunidades ribeirinhas e agroextrativistas.

“Já passamos por muita dificuldade e baixas para continuar existindo. Com esse recurso vamos trabalhar e trazer retorno para todo mundo que nos apoia e fazer ainda mais. A Amazônia precisa disso, e nosso compromisso é atender as pessoas que estão aqui”, avalia.(FolhaPress)