Pesquisadores da Agência Espacial Italiana detectaram sinais de um grande reservatório de água no subterrâneo do pólo sul de Marte. A descoberta foi feita por meio do uso de radares da Agência Europeia do Ambiente (AEA) e foi publicada na revista Science, gerando novas questões sobre a geologia do planeta e de seu potencial para abrigar vida.
O lago subterrâneo seria amplo, com cerca de 20 quilômetros de largura. A descoberta levanta a possibilidade de haver mais água e, talvez, vida em Marte, afirma o texto da Science.
"Este é um resultado surpreendente que sugere que a água em Marte não é um escoamento temporário, como revelado em descobertas anteriores, mas um corpo de água persistente que cria condições para a vida durante longos períodos de tempo", disse Alan Duffy, professor associado da Universidade Swinburne na Austrália, que não esteve envolvido no estudo.
Marte é agora frio, árido e deserto, mas costumava ser quente e úmido e abrigava muita água líquida e lagos há pelo menos 3,6 bilhões de anos.
Ainda não está claro como a água se mantém em estado líquido em temperaturas muito mais baixas que 0°C. Os pesquisadores supõem que a presença no reservatório de magnésio, cálcio e sais de sódio, todos presentes no solo marciano, reduziu o ponto de congelamento da água.
Com Agência AFP