As expectativas para 2016 não são as melhores: segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 300 mil mulheres serão diagnosticadas com algum tipo de câncer neste ano. E na lista dos tipos mais comuns da doença no Brasil está o câncer de colo de útero, terceiro no ranking, atrás apenas do câncer de mama e de cólon e reto. Só para este ano são estimados 16 mil novos casos da doença. A região mais afetada será a Norte, com quase 2 mil novos casos de câncer de colo de útero.
Apesar dos dados assustadores, quando tratada em sua fase inicial, a doença chega a ter 100% de chances de cura. Exames de rotina, cuidados com a higiene íntima e a preservação nas relações sexuais são grandes aliados das mulheres. O oncologista Victor Marcondes, da Clínica Oncomed, destaca as principais medidas de prevenção e os cuidados com a saúde íntima para se prevenir do câncer:
Exame Papanicolau – Também conhecido como preventivo, o exame pode ser considerado o método mais importante de rastreamento da doença e de outras malignidades. O colo do útero é raspado com uma espátula e o material coletado é colocado em uma lâmina de vidro. Esse material permite estudar as características celulares do colo uterino e fazer o rastreamento das doenças malignas nessa região. Obrigatoriamente, toda mulher que inicia a vida sexual deve fazer o exame de Papanicolau de forma periódica, seguindo sempre as orientações do seu médico. Algumas mulheres relatam sentir um leve incômodo, mas, de maneira geral, o exame não causa dor.
Vacinas e exame de HPV – A infecção pelo vírus HPV é a principal responsável pelo câncer do colo de útero, e os cuidados começam logo na infância. Toda menina de 9 a 13 anos deve tomar as três doses da vacina, fornecida gratuitamente pelo SUS ou em redes particulares de saúde. A partir dos 30 anos, o ideal é combinar o exame Papanicolau com o de HPV, repetindo a cada 5 anos, até os 65 anos, para uma prevenção mais eficaz.
Preservativo – Mulheres com múltiplos parceiros estão mais expostas ao vírus HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Além de prevenir a gravidez indesejada, o uso de preservativos (masculinos ou femininos) durante as relações sexuais reduz significativamente os riscos de desenvolver o câncer de colo de útero.
O oncologista Victor Marcondes ainda destaca que a doença é assintomática em sua fase inicial, mas é importante ficar atenta aos pequenos sinais do organismo. “É necessário que toda mulher conheça seu corpo e fique atenta às mudanças repentinas. O câncer de colo de útero é uma doença silenciosa, além dos exames de rotinas e os cuidados diários, o aparecimento de pequenas verrugas (externas ou internas) serve como alerta para doenças como HPV, que aumentam muito as chances de câncer de colo de útero. O período menstrual mais longo que o habitual, a secreção vaginal incomum com aparecimento de sangue e dores durante as relações sexuais também são sinais da doença e devem ser relatadas ao médico”, finaliza.
Em 2016, cerca de 300 mil mulheres serão vítimas de algum tumor
Cerca de 300 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer neste ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O câncer de mama ocupa o primeiro lugar no ranking, logo em seguida cólon e reto (17 mil) e, em terceiro lugar, colo de útero (16 mil). Infelizmente, ainda não há formas de se prevenir o câncer de mama, mas, sim, maneiras de detectá-lo nos estágios iniciais. Para o dr. Rodrigo Souto, cirurgião oncológico da clínica Oncomed, quanto mais cedo a doença é descoberta, maiores são as chances de cura. O médico destaca também alguns fatores essenciais para o desenvolvimento do câncer de mama:
“Apesar de não se saber ao certo o que causa o câncer de mama, sabe-se que alguns fatores de risco são determinantes no aparecimento da doença. A existência de casos na família é um dos mais importantes. Mulheres que têm mãe ou irmãs que já apresentaram a doença antes dos 50 anos são consideradas parte do grupo de risco e devem manter um acompanhamento constante. O fator genético está relacionado a apenas entre 5% e 10% dos tumores, os outros 90% são tumores ditos esporádicos. Outros grupos de mulheres também precisam ficar atentos. As que tiveram a menarca muito cedo, por volta de 12 anos; as que tiveram a primeira gestação depois dos 30 anos e as que entraram na menopausa tardiamente, após 50 anos. Sabemos que quanto mais ciclos ovulatórios a mulher tem durante sua vida, ela terá um aumento da incidência do tumor”.
O câncer de cólon e reto tem importante ligação com a dieta alimentar. O intestino grosso (cólon e reto) faz parte do sistema digestivo que tem a finalidade de absorver água e nutrientes e eliminar os resíduos alimentares. Adotar uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes e verduras e pobre em gorduras diminui o risco de desenvolvê-lo. Além disso, beber água regularmente é fundamental. Mulheres acima de 50 anos, com histórico pessoal ou familiar de câncer e doenças inflamatórias do intestino são as mais propensas para o câncer de cólon e reto.