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'Washington Post': Colômbia em pânico por causa do zika

Com mais de 30 mil infectados, a Colômbia é um dos países mais atingidos pelo surto do zika vírus

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Matéria publicada nesta quarta-feira (17) no Washington Post, comenta que ao contrário do que está acontecendo no Brasil, não é a microcefalia que preocupa o governo da Colômbia, mas o aumento significativo no número de casos da rara síndrome de Guillain-Barré.

Segundo o jornal americano, cientistas se mantêm cautelosos e evitam fazer uma associação direta entre o vírus e a síndrome que pode causar paralisia grave, mas nas regiões mais atingidas o pânico é real e está aumentando. Na cidade de Cúcuta, a população não tem muitas dúvidas: na cidade e nos arredores, há 27 casos da síndrome.

O surto da paralisia na Colômbia começou em outubro de 2015, mas apenas em junho deste ano as autoridades do país vão poder saber se também houve um aumento no número de nascimentos de bebês com microcefalia.

Por enquanto não há tratamento nem vacina. A melhor forma de se prevenir continua sendo evitar contato com mosquito Aedes aegypti, eliminando os criadouros, usando roupas com mangas longas, calças e repelentes de mosquitos.

No entanto, os moradores continuam usando roupas leves e curtas, em grande parte devido ao calor do verão.

Dr. Marco Fonseca, Neurocirurgião em Cúcuta, disse que teme uma mutação do vírus.

"Parece que o vírus mudou de alguma forma. Temo que tenha ocorrido alguma mudança no genoma. Este é o zika-plus. Uma mutação", afirmou.

Fonseca não descarta fatores ambientais e está aguardando a resposta definitiva de biólogos e epidemiologistas.

Outros cientistas analisam a possibilidade de o zika estar se comportando da mesma forma que se comportou no passado, mas agora as consequências são diferentes pois a doença está em áreas muito populosas.

Fonseca suspeita que a doença se alastrou a partir da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e acredita que o quadro vai piorar ainda mais com as Olimpíadas no Rio de Janeiro.

"Vai chegar à Califórnia. Com as Olimpíadas vai ser um pouco mais rápido", disse.

Enquanto isso, as autoridades colombianas estão tentando aumentar a conscientização da população para o risco do zika.

Mas ao lado de uma escola em Cúcuta, um fiscal de saúde encontrou baldes de água cheios de larvas do Aedes aegypti.