O príncipe da Noruega Haakon Magno conheceu nesta terça-feira (17) o robô Doris, desenvolvido pela Coppe/UFRJ. Acompanhado do vice-ministro de Educação e Pesquisa, Bjørn Haugstad, e de representantes das principais universidades da Noruega, o príncipe assistiu a uma demonstração do protótipo do robô, realizada no Cenpes, sob condições industriais. Doris foi desenvolvido por pesquisadores da Coppe, com financiamento da empresa norueguesa Statoil e da Petrobras, considerado um dos investimentos bem-sucedidos da Noruega no Brasil.
Doris faz parte de uma geração de robôs autônomos desenvolvidos em dois laboratórios da Coppe: o Laboratório de Controle e Automação e o Laboratório de Controle e Automação, Engenharia de Aplicação e Desenvolvimento (LEAD). O robô será instalado em plataformas de petróleo e ambientes complexos, que exigem monitoramento e inspeções frequentes para evitar acidentes e perdas de produção. O robô da Coppe percorrerá a plataforma sobre um trilho para não colidir com equipamentos e pessoas. Sua câmera de vídeo e sensores de temperatura e de som são conectados ao centro de comando da plataforma. Dessa forma, qualquer anormalidade é imediatamente detectada pelos operadores.
Os noruegueses estão interessados em ampliar o número de pesquisas em parcerias com centro de excelências do Brasil. Após a demonstração do robô Doris, parte da comitiva, liderada pelo vice-ministro de Educação e Pesquisa da Noruega, esteve na Coppe e participou de um seminário para conhecer outras pesquisas desenvolvidas na instituição.
O vice-ministro foi recebido pelo diretor da Coppe, Edson Watanabe, e membros da diretoria e, junto com a delegação que o acompanhava, viajou no Trem de Levitação Magnética (Maglev-Cobra) da Coppe e fez uma visita ao LabOceano, também da instituição, que abriga o tanque oceânico mais profundo do mundo. Este percurso foi feito no ônibus híbrido a hidrogênio (H2+2) da Coppe, o primeiro veículo a hidrogênio produzido no país com tecnologia 100% nacional.
Saiba mais sobre os projetos e laboratórios
Silencioso e não poluente, o Maglev-Cobra da Coppe é o primeiro veículo no mundo a transportar passageiros utilizando a tecnologia de levitação magnética por supercondutividade. A Alemanha e a China também fazem experiências com essa mesma tecnologia, mas os seus projetos ainda se encontram em fase de laboratório. Ainda não foram implantadas linhas de teste. O veículo desenvolvido no Brasil tem uma série de vantagens se comparado a outros meios de transporte. A principal delas é o baixo custo de implantação por quilômetro, que é de cerca de 1/3 do valor necessário para implantação do metrô na mesma extensão.
O ônibus híbrido a hidrogênio (H2+2) da Coppe foi pensado para garantir o máximo de eficiência energética. Tem capacidade total para 69 passageiros (29 sentados), rampa de acesso e espaço para cadeirantes. O H2+ 2 é a segunda versão do veículo (o H2) que vem sendo desenvolvido pela Coppe desde 2005. A tecnologia foi licenciada pela Coppe para industrialização e comercialização pela empresa Tracel, parceira do desenvolvimento. Em 2012, surgiu a nova versão com custos 30% menores e redução em 40% no consumo de hidrogênio. O ônibus elétrico híbrido a hidrogênio pode percorrer até 300 quilômetros com uma carga completa das baterias elétricas e uso do combustível hidrogênio embarcado.
O LabOceano da Coppe está entre os quatro maiores do mundo capazes de reproduzir as principais características do meio ambiente marinho e simular fenômenos que ocorrem em lâminas d`água superiores a 2 mil metros de profundidade. Possui o tanque de testes mais profundo do mundo, com 40 metros de comprimento, 30 metros de largura, 15 metros de profundidade e mais 10 metros adicionais em seu poço central. Com 23 milhões de litros de água doce e altura correspondente a um prédio de oito andares, o LabOceano foi a primeira instalação a ocupar o Parque Tecnológico da UFRJ.