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Médicos promovem evento no metrô de SP para detectar doença pulmonar

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No próximo dia 19, quem passar pela Estação Brás, do Metrô, entre 9h e 16h, poderá fazer uma espirometria, exame que detecta o risco de desenvolvimento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Dpoc). Organizados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os atendimentos acontecerão em uma tenda onde profissionais farão um questionário que detecta a necessidade de fazer o exame. A ideia é difundir a existência da doença e conscientizar a população.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é a quarta causa de óbito no mundo, atrás apenas do infarto do miocárdio, do câncer e da doença cerebrovascular. As projeções da OMS mostram que a doença pulmonar será a terceira causa de morte no mundo, até 2030. No Brasil, a doença mata pelo menos 40 mil pessoas por ano. Na cidade de São Paulo, 15% da população paulistana, com a 40 anos, sofre de Dpoc.

A vice-presidenta da SBPT, Regina Maria de Carvalho Pinto, disse que as características da Dpoc são falta de ar, tosse, cansaço aos esforços, chiado no peito e insuficiência respiratória. “Às vezes as pessoas não conhecem o termo Dpoc e chamam isso de bronquite ou enfisema pulmonar, termos mais conhecidos pelos leigos. A grande maioria das doenças pulmonares tem os mesmos sintomas da Dpoc, mas são outros dados antecedentes que chamam a atenção para a doença”.

Regina explicou que a Dpoc acomete, preferencialmente, fumantes, pessoas que já fumaram em alguma época da vida, indivíduos que entram em contato continuamente com fumaças do ambiente, como as de fogão a lenha ou a queima de biomassa (cana-de-açúcar). “A grande maioria dos casos, 90%, são entre os fumantes. Os sintomas começam a aparecer tardiamente e levam ao comprometimento da qualidade de vida, além de causarem inflamação sistêmica, com o paciente desenvolvendo sintomas em outros órgãos”.

Para concluir o diagnóstico é preciso passar pela espirometria, um exame no qual a pessoa enche o pulmão e sopra em um aparelho que mede a função pulmonar. A partir de um determinado resultado é feito o diagnóstico. O tratamento depende do grau de gravidade.

A médica ressaltou que, para evitar problemas pulmonares, “a primeira providência é parar de fumar”. Depois, acrescentou ela, é necessário que as pessoas cumpram o calendário de “vacinação anual contra a gripe para evitar crises pulmonares, fazer atividade física ou até frequentar um programa formal de reabilitação pulmonar”.

Entre os medicamentos indicados para o tratamento estão os broncodilatadores, conhecidos como bombinhas, normalmente usado por portadores de asma. “A doença não tem cura, mas com esse tipo de tratamento se consegue, na maioria das vezes, melhorar a qualidade de vida e diminuir [os] sintomas. Se não tratar, a doença progride levando à piora progressiva do funcionamento dos pulmões até a insuficiência respiratória, podendo causar a morte”.

Cerca de 6 milhões de pessoas, no Brasil, são portadores da Dpoc, mas pelo menos 88% não são diagnosticados por falta de espirômetro disponível nos serviços de saúde. Os custos da Dpoc chegam a R$ 100 milhões anuais para os cofres públicos, porque cerca de 70% dos pacientes dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento, conforme o estudo da SBPT.

“Os custos são altos para os pacientes não diagnosticados que ficam sem tratamento adequado. Eles acabam tendo crises e vão utilizar os recursos da saúde nos serviços de emergência. Normalmente, [essas pessoas] são internadas e o custo é maior do que o tratamento regular da doença”, explicou a médica.