No início da tarde desta quarta-feira, o Google divulgou através de seu Twitter (@google) uma página com informações e recursos para as pessoas preocupadas com a agitação no Egito (veja no atalho https://tinyurl.com/4quvk9g). O link direciona o internauta para uma página do Google Crisis Response, um projeto do Google.org que tem como objetivo tornar a informação a respeito dos desastres naturais e das crises humanitárias mais acessíveis, utilizando, para tanto, os conhecimentos do Google em informação e tecnologia.
Na página sobre o Egito, o Google explica que protestos em larga escala estão em andamento desde o dia 25 de janeiro, que as atividades se concentram no Cairo, em Alexandria, e que o canais de comunicação do país foram cortados.
Entre as informações que constam na página estão uma ferramenta que mostra o tráfego dos serviços do Google no Egito, um link para o canal de voice-speek (mensagem gravada) através do Twitter, um canal do YouTube com vídeos das manifestações, números de IPs para serviços bloqueados e mais uma dezenas de números telefônicos, como emergência, aeroportos, empresas áreas e embaixadas. As últimas notícias sobre o assunto, os vídeos publicados recentemente e uma timeline do Twitter sobre o assunto também foram incorporadas à página.
Protestos convulsionam o Egito
Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.
A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. Passaram a fazer parte dela o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro da Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que reinaugurou o cargo de vice-presidente, posto inexistente no país desde 1981. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.
Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. Apesar dos últimos protestos terem sido pacíficos, a ONU estima que cerca de 300 pessoas já tenham morrido no país desde o início dos protestos.