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COP-16: Protocolo de Kyoto ainda é um entrave nas negociações

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CANCÚN - No final da noite desta quinta-feira em Cancún, madrugada de sexta pelo horário de Brasília, a presidente da 16ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16), Patrícia Espinosa, anunciou o estágio das negociações. Os líderes dos grupos de trabalho que tratam dos diversos temas em discussão foram convocados para atualizar as informações. O grupo que negocia um segundo período de comprometimento para o Protocolo de Kyoto, comandado por Brasil e Grã-Bretanha, foi o único que não mandou representantes para a reunião.

A presidente da conferência explicou que o grupo pediu mais tempo para entregar o resultado das consultas feitas aos países. "É muito importante que demos esse tempo e tenhamos, espero que muito rápido, um resultado que possa significar um passo muito grande em um tema central dessa conferência", disse Espinosa.

O norte-americano John Ash, que coordena o grupo de trabalho que negocia compromissos de redução para os países em desenvolvimento, afirmou que houve progressos na maioria dos pontos propostos, mas que "a questão chave ainda está em aberto".

 

Compromisso

O termo "compromisso" foi repetido diversas vezes ao longo da reunião, especialmente para cobrar das delegações boa vontade na busca de um acordo, para que a COP-16 possa apresentar resultados ao mundo. Um representante da Noruega foi bastante aplaudido ao dizer que "nenhuma família, nenhum grupo, nenhuma vizinhança, nenhum país pode viver sem compromissos".

A fala foi repetida pela presidente da conferência no encerramento do encontro. Espinosa ressaltou que o documento final não refletirá a visão completa de todos os países. "De uma forma ou de outra, todos teremos de ser flexíveis. E não devemos ver isso como sinal de fraqueza, mas como algo que nos fará mais fortes".

A Noruega e o Equador comandam as discussões sobre REDD, mecanismo que permite aos países serem recompensados por preservar as florestas. Outros grupos de negociação estão voltados para questões de finanças e transferência de tecnologia, adaptação às mudanças climáticas, e metas globais de longo prazo, entre outros.

"Sabemos que no tema do Protocolo de Kyoto há aspectos muito sensíveis, que requerem decisão política e sobre os quais se está trabalhando neste momento", disse Espinosa, acrescentando a necessidade de acelerar os acertos. "O tempo está acabando e ainda temos muito trabalho pela frente".