SÃO PAULO - Depois de seis meses com o seu filho, chega a hora de voltar ao trabalho. A solução é deixá-lo na creche, onde será bem cuidado por profissionais competentes. Mas será mesmo? A tecnologia pode ajudar os pais a permanecerem sossegados quando se trata do cuidado do seu bebê.
Uma moda em todo o Brasil, as escolinhas já costumam se munir de webcams, para o descanso das famílias. São câmeras colocadas estrategicamente nos espaços em que convivem as crianças bem pequenas, que ainda não falam e, assim, não podem contar sobre o seu dia quando voltam para a casa. O dispositivo produz imagens ao vivo, transmitidas pelo site da instituição. Então, os parentes podem ver os pimpolhos a partir de uma senha individual, que é trocada com frequência.
A unidade no bairro Moema da Piu Piccoli, em São Paulo, existe há 18 anos e é uma das que aderiu à tendência, dois anos atrás. "É uma tranquilidade para os pais", explica a mantenedora Renise Carvalho, que lembra que seguiram os passos de outras creches em relação às webcams. Para os bebês de dois anos, há câmeras em todos os cômodos em que convivem. Nos espaços coletivos como o pátio e o tanque de areia, há dispositivos para que as famílias das crianças maiores também fiquem descansados.
Apesar de haver a possibilidade de checar as câmeras sempre que se quiser, Renise nota que essa prática é bem mais comum quando os pequenos começam a frequentar a creche. "Monitoram muito no primeiro mês, até se tranquilizarem", conta. Depois vão abandonando a ideia, com a certeza de que os filhos estão bem cuidados.
As webcams podem constranger um pouco as professoras, já que a ferramenta gera a sensação de vigília constante. Porém, a diretora orgulha-se de nunca ter recebido uma reclamação sobre algo que um pai viu pela câmera. "No máximo, ligam quando cai a rede da internet". Mais do que um dispositivo de segurança, a ferramenta tem sido um canal de afeto. "Muitos avós também acessam, especialmente os que moram longe, para verem os netos."