O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, disse ontem que os casos de contaminação pela superbactéria KPC não são excepcionais em relação aos casos de infecção hospitalar registrados no Brasil
“Não houve alteração nos últimos meses na taxa média de 14% de infecção por causa da KPC”, afirmou Barbano. Técnicos da Anvisa se reuniram hoje com especialistas em infectologia e microbiologia para discutir a KPC.
De acordo com Barbano, os especialistas concluíram que não existem mais casos de KPC em comparação a outros micro-organismos presentes nos hospitais e que a mortalidade pela KPC não é superior em relação a média de mortes causadas por outros tipos de infecção hospitalar. O grupo disse ainda não ser necessária a adoção de medidas específicas para o controle da KPC, sendo eficazes as ações padrões para o combate a outros micro-organismos.
O diretor destacou que a KPC atinge, principalmente, pacientes com saúde mais debilitada, como as pessoas hospitalizadas em unidades de Terapia Intensiva (UTI). A carbapenemase é um tipo de enzima que provoca resistência de algumas bactérias aos antibióticos de uso habitual.
Para conter novos casos da KPC, a Anvisa publicará nos próximos dias norma obrigando os hospitais e clínicas públicas e particulares a instalar dispensadores de álcool em gel em salas onde há atendimento de pacientes. O objetivo é estimular a higienização das mãos entre os profissionais de saúde.
A agência publicará também uma resolução que torna mais rígida a venda de antibiótico. O paciente vai necessitar de duas vias da receita médica para comprar o remédio – uma ficará retida na farmácia e outro com o paciente. Atualmente, é necessária a prescrição médica para vender antibiótico, mas a maioria das farmácias não exige a apresentação do documento.