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LONDRES - Um novo modelo de microscópio 3D permitiu que cientistas do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL, na sigla em inglês), em Heidelberg, Alemanha, observassem o desenvolvimento de embriões de um peixe paulistinha (Danio rerio) e de uma mosca da fruta por até 58 horas, mapeando a localização de cada célula durante o processo. As informações são do site da revista Scientific American.
Segundo a reportagem, esse tipo de experimento seria impossível há pouco tempo atrás, mas hoje é realizado devido a uma série de inovações e avanços na microscopia. Para observar o trabalho das células, os cientistas precisam utilizar substâncias fluorescentes para "pintá-las".
Contudo, o processo tradicional levaria à morte da célula. Atingida pelo laser do microscópio, muitas morreriam após poucas horas e uma longa observação seria difícil. Além disso, as células agiriam diferentemente do normal devido à ação do laser.
O trabalho do EMBL faz parte de um esforço para estudar células cada vez menores em condições que imitam o que realmente ocorre na natureza, possibilitando tempos maiores de visualização e resultados menos adulterados.
Uma das mudanças nas novas técnicas é utilizar o laser para iluminar as células pelo lado, e não de cima para baixo, como se faz tradicionalmente. O uso vertical precisa utilizar maior potência do laser, já que registra vários planos ("fatias") da amostra para formar a imagem em 3D - quanto mais profunda a região, mais potência é necessária. Ao iluminar horizontalmente, os cientistas podem focar apenas no plano desejado, sem forçar. Além disso, outras células não são atingidas no processo.
Ainda de acordo com a reportagem, em breve o avanço desses processos e a criação de equipamentos mais potentes permitirá a gravação de vídeos que durem vários dias.