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RS: com poucas precauções, maior escola da capital retoma aulas

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Portal Terra

PORTO ALEGRE - Apesar do Rio Grande do Sul ser o 3º estado com mais mortes por causa da gripe suína no Brasil, a volta às aulas nesta segunda-feira no maior colégio público de Porto Alegre mostrou estudantes e professores pouco preocupados com o vírus. Com cerca de 4 mil alunos, a Escola Júlio de Castilhos desconsiderou recomendações como a instalação de dispensadores de álcool gel, o uso de copos descartáveis e a desativação dos bebedouros.

Na entrada do colégio, uma televisão exibia aos estudantes orientações contra a gripe suína. Contudo, apesar de uma das recomendações do vídeo ser a prática da chamada "etiqueta respiratória" - espirrar com lenços ou toalhas de papel sobre o nariz e a boca -, o material não estava à disposição dos alunos.

Equipados com sabonetes líquidos, os banheiros estavam trancados. Para acessá-los, os estudantes precisavam deixar um pertence com a monitora do andar e retirar a chave. Sem álcool gel, a escola mantinha em cada pavimento um frasco do líquido normal misturado com água.

Nos murais espalhados pelos quatro andares do colégio, os poucos cartazes com recomendações para evitar a contaminação com a Influenza A escondiam-se entre as manifestações pela saída da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, alvo de uma acão civil pública por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal.

Durante o recreio, os alunos também se mostraram despreocupados com a gripe suína. Aluna do 1º ano do Ensino Médio, a adolescente Quetlin Pavinatto, 16 anos, classifica como "normal" a volta às aulas. De acordo com ela, o professor do 1º período passou orientações para evitar o contágio. - Na minha turma, não tem ninguém com medo, apavorado por causa da gripe - contou.

Diferente de Quetlin, Altair Junior Dutra, 17 anos, não foi comunicado sobre as medidas de precauções. - Tínhamos aula de educação física e não fomos orientados - afirma. Ele admite que preferia permanecer em férias por mais algumas semanas, mesmo com a recuperação das aulas aos sábados. - Não por causa do medo da gripe, mas para poder ficar mais um tempo em casa - reconhece.

Sem uma verba extra para tomar medidas mais rigorosas contra o vírus H1N1, a vice-diretora da escola Júlio de Castilhos, Jenice Duarte, afirmou que o colégio tomou todas as precauções possíveis. - Alertamos os professores a orientar os alunos, colocamos sabonete líquidos nos banheiros e estamos tentando manter as janelas abertas - disse.

A adoção de outras precauções depende, segundo a vice-diretora, do envio de recursos da Secretaria Estadual da Saúde. - Não temos dinheiro para comprar copos descartáveis e álcool gel, por exemplo. Não pussuímos um círculo de pais e mestres que poderia nos ajudar, como acontece em outras escolas - afirma.