Marli Moreira , Agência Brasil
SÃO PAULO - O aumento na procura por atendimento médico de casos suspeitos de infecção pelo vírus Influenza H1N1, em Osasco, na Grande São Paulo, levou o secretário municipal, Ewandro Ruck, a pedir ajuda ao Comando Militar Sudeste.
Barracas do Exército deverão ser montadas até a quarta-feira em três unidades onde há maior demanda de pacientes: Hospital Municipal Central Antônio Giglio e os pronto-socorros do Jardim Santo Antônio e Jardim Helena Maria.
Segundo a assessoria de comunicação do Comando Militar Sudeste, o auxílio será apenas em material. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da prefeitura de Osasco informou que o atendimento nas barracas será exclusivo para pessoas que apresentarem sintomas da gripe como febre, tosse e falta de ar, como forma de uma triagem inicial. Com essa medida, a Secretaria Municipal de Saúde de Osasco pretende separar esses pacientes dos que buscam tratamento para outros tipos de doenças.
Desde abril até a última segunda-feira, a prefeitura de Osasco registrou 16 casos confirmados de influenza A (H1N1) - gripe suína, dos quais dois resultaram em mortes. No momento, 32 pessoas estão sendo monitoradas. Ainda como medida de prevenção, foram distribuídos 180 mil folhetos com informações sobre a nova gripe e criado um serviço de informações por meio do telefone: 0800-7744644.
No Hospital Sino-Brasileiro, da rede particular, a procura por atendimento cresceu 15% na primeira quinzena de julho, em comparação a igual período do ano passado.
A coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, Clélia Maria de Aranda, publicou artigo em que alerta para o fato de Osasco ter registrado a transmissão sustentada - casos em que a vítima não viajou para o exterior e nem teve contato com infectados fora do país - mas que isso não deve ser, em nenhuma hipótese, motivo para pânico .
Segundo ela, os casos de contaminação pelo vírus Influenza H1N1 tem causado mortes da mesma forma como já ocorre na chamada gripe sazonal. A médica aponta que a diferença é o fato de a nova doença ter mais visibilidade e ainda por ser um problema de saúde recente.
Ela recomenda a procura de atendimento médico se a pessoa apresentar os sintomas como febre, tosse, dor de garganta, coriza, dores no corpo ou desconforto respiratório. Também observa que o medicamento Oseltamivir só será utilizado em pacientes graves ou com um quadro de complicações, especialmente, no tratamento de crianças menores de 2 anos, idosos a partir de 60 anos, gestantes e pacientes imunodeprimidos.
Clélia Maria sugere que, diante de diagnósticos que identifiquem o contágio tanto do vírus Influenza H1N1 quanto da gripe comum, é fundamental adotar hábitos de higiene como usar lenços para espirrar ou tossir, lavar as mãos, além de repousar, beber bastante líquido e manter uma alimentação saudável.