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Sul e Sudeste concentram 80% das intoxicações por remédios

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Guilherme Mergen, Portal Terra

DA REDAÇÃO - Com uma população estimada em 98 milhões de pessoas - 57% do número total de habitantes do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, as regiões Sul e Sudeste concentram 80% dos registros de intoxicações por remédios no Brasil. Minas Gerais, Belo Horizonte, Espírito Santo e Rio de Janeiro contabilizaram pelo menos 20 mil casos em 2007, conforme estatísticas da Fiocruz. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná somaram quase 10 mil notificações.

Instituição referência para o atendimento de intoxicações na capital gaúcha, o Hospital de Pronto-Socorro recebeu pelo menos 180 pacientes com diagnóstico de ingestão descontrolada de medicamentos até junho deste ano - uma média de um por dia. A maioria parte dos casos foi intencional, com abuso de calmantes. Ninguém morreu.

O chefe de plantão do hospital conta que parte dos registros é de reincidentes "Às vezes, a gente chega a reconhecer a pessoa, porque já havia vindo outra vez", diz José Pedroso. Segundo ele, a maioria dos pacientes com intoxicação chega ao hospital inconsciente. "Os casos intencionais acontecem principalmente nos fins de semana. Entra a pessoa, amparada por amigos ou familiares, e atrás alguém segurando a cartela ou o frasco do medicamento tomado. É uma cena triste, que tem de ser evitada", descreve.

Na ponta de baixo da tabela, as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte registraram pouco mais de 5 mil casos em 2007, com ênfase para o Norte, que notificou 500 intoxicações. Para a pesquisadora do Sinitox, fatores culturais justificam o contraste de dados. Nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, a população tende a optar por tratamentos alternativos, sem o consumo de remédios industrializados. "Os tratamentos fitoterápicos são um exemplo disso. Inclusive nessas regiões a gente contabiliza mais casos de intoxicações por animais peçonhentos do que por medicamentos", afirma Rosany.