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Descobertos vestígios de nau do século XVI em Florianópolis

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Portal Terra

FLORIANÓPOLIS - Pesquisadores localizaram vestígios de uma embarcação do século XVI naufragada em uma área próxima à baía sul de Florianópolis (SC). ncoras, canhões e cabos foram encontrados por mergulhadores de um projeto criado para resgatar a história de naufrágios na região.

Os vestígios da embarcação foram encontrados no mês de março nas proximidades da praia dos Naufragados, extremo sul da cidade, e o objetivo a partir de agora é identificar a origem da nau.

- Acreditamos se tratar da nau Santa Maria de La Concepcíon, uma embarcação da frota de Sebastián Cabotto, o que é uma descoberta importantíssima para o Brasil e Santa Catarina - diz Gabriel Corrêa, coordenador da ONG Projeto Barra Sul, que pesquisa naufrágios na costa catarinense com o auxílio da FAPESC e do departamento de Arqueologia da Unisul.

- Cabotto foi o navegador que deu o nome à Ilha de Santa Catarina, onde está localizada a cidade de Florianópolis. A grande dificuldade para localizar novas peças é encontrar condições adequadas para mergulho na região do naufrágio. Os mergulhadores precisaram esperar pelo menos dois meses para poder registrar as peças localizadas. Eles tentam agora encontrar o sino ou o canhão de sinalização da nau para confirmar a descoberta. Essas peças contam com o registro do nome da embarcação - afirma Corrêa.

Apenas uma das âncoras encontrada conta com quatro metros, o que dá uma dimensão do tamanho da embarcação naufragada. Os pesquisadores do projeto Barra Sul vasculharão a área, a 12m de profundidade, para tentar localizar objetos soterrados.

- Temos um grande banco de areia aqui e boa parte da embarcação deve estar soterrada - conta Gabriel, destacando que os mergulhares usam detectores de metal para identificar vestígios que possam estar debaixo da terra.

A região da praia de Naufragados é uma das mais preservadas de Florianópolis e também conhecida pelo leito do mar bastante acidentado, além de ondas e ventos traiçoeiros. Seu nome foi dado devido à um naufrágio de um navio repleto de colonos portugueses, que teria ocorrido em 1753.

Dos 250 que estavam a bordo e seguiriam ao Rio Grande do Sul, apenas 77 sobreviveram. "Existem oito embarcações naufragadas nos séculos XVI E XVII registradas oficialmente nesta região, de 400 km2. Isso sem contar as que ainda não foram localizadas ou que não constam em registros nos países de origem", completa Gabriel Corrêa.