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SÃO PAULO - Um experimento científico investigou irregularidades ionosféricas que podem afetar os sinais dos satélites GPS. Chamadas de bolhas ionosféricas, as irregularidades causam variações na amplitude e na fase das ondas de rádio. Estas variações, conhecidas como cintilação, podem chegar a interromper os sinais de GPS.
O estudo foi realizado no Centro Regional do Nordeste do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRN/INPE) e conduzido pelo professor Paul Kintner, da Cornell University (EUA). Também participam do estudo Eurico de Paula e João Gualberto, do INPE, Enivaldo Bonelli e Francisco Mota, da UFRN.
O experimento utilizou três receptores GPS especialmente planejados e construídos na Cornell University para medidas rápidas de sinais de GPS em L1 e L2. Um dos receptores está localizado no CRN/INPE e os outros dois estão instalados na UFRN.
A intensidade da cintilação depende principalmente do ciclo solar, entre outros fatores. Durante o máximo solar, fenômeno que ocorrerá pela próxima vez em 2011, a cintilação poderá ser observada do sul de Santa Maria até o norte de Boa Vista. Atualmente no mínimo solar, são possíveis as observações nas regiões mais próximas do Equador, como Natal, devido à retração da ionosfera.
- Com os três receptores em lugares diferentes podemos medir a velocidade das irregularidades ionosféricas, já que elas flutuam entre os equipamentos. Também podemos medir a evolução temporal das irregularidades desde que elas sejam observadas em tempos diferentes pelos três receptores - disse o professor Paul Kintner.
Nos últimos anos, trabalhos experimentais realizados pelo INPE em colaboração com a Cornell University demonstraram os efeitos das bolhas ionosféricas e a cintilação na operação do receptor do GPS na freqüência L1. Agora os pesquisadores estudam os efeitos na freqüência L2, pela qual é transmitido o sinal civil de seis dos trinta satélites GPS.
As informações são do INPE