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SÃO PAULO - Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um papel sintético fabricado através de plástico reciclado que poderá ser uma alternativa ao papel produzido com derivados de petróleo.
Desenvolvido em forma de filmes, o material é produzido a partir de garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de produtos de limpeza pode ser empregado em rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas, livros escolares e cédulas de dinheiro.
O produto está sendo testado em uma planta piloto da empresa Vitopel, fabricante de filmes flexíveis com fábrica em Votorantim, no interior paulista. Segundo Sati Manrich , coordenadora do projeto, o papel é indicado para aplicações que necessitam de propriedades como barreira à umidade e água, é bastante resistente, além de ser o primeiro produzido a partir de plástico reciclado.
Por ser produzido através de matéria-prima reciclada, a produção de papel sintético poderia também se apresentar como uma alternativa no destino do lixo, material normalmente direcionado aos aterros sanitários e lixões. Atualmente a empresa Vitopel, que atua em parceria com os pesquisadores, está à procura de fornecedores de material reciclado para continuar os testes em escala ampliada.
No processo desenvolvido na universidade, os plásticos, depois de limpos e moídos, recebem a adição de partículas minerais para obtenção de propriedades ópticas como brilho, brancura, contraste, dispersão e absorção de luz e resistência mecânica ao rasgamento, tração e dobras. A mistura é colocada em uma máquina extrusora a altas temperaturas, onde amolece e se funde. No final, o material transforma-se em uma folha grande fina, semelhante a um papel fabricado com celulose, que é enrolada e cortada de acordo com a aplicação.
Os testes na planta piloto foram feitos com as composições de plásticos que apresentaram em laboratório as melhores propriedades para fabricação de papel sintético. Para efeito de comparação, foram avaliadas as propriedades ópticas e o resultado da impressão em papéis produzidos com matéria-prima virgem e com resíduos plásticos.
Segundo os pesquisadores, nos testes feitos, as propriedades do papel sintético praticamente não se alteraram com o uso do material reciclado.
O projeto que teve início em 2002 e contou com o financiamento da Fapesp para o desenvolvimento da pesquisa e o depósito de patente.
As informações são da Agência Fapesp