Agência ANSA
MONTEVIDÉU - O Comitê Executivo do Partido Socialista uruguaio decidiu 'recomendar' ao Comitê Central da organização que não aceite a saída do presidente Tabaré Vázquez, solicitada oficialmente nesta semana.
De acordo com o jornal uruguaio La Republica, os dirigentes se disseram 'muito doídos' com a decisão do presidente e reiteram que o Partido Socialista 'apoiou, apóia e apoiará integralmente a gestão do governo da coalizão Frente Ampla, liderada pelo presidente da república, sem vacilações e até o último dia de seu mandato'.
A imprensa uruguaia acrescenta que o chanceler, Gonzalo Fernández, e a ex-ministra da Defesa, Azucena Berrutti, também integrantes do Partido Socialista, haviam em contato com Vázquez para que ele repensasse sua posição, mas não tiveram sucesso.
Ao mesmo tempo, o partido manteve sua postura a respeito da legalização do aborto, principal divergência com o atual mandatário e motivo da apresentação de sua saída.
- Como Partido Socialista, temos uma posição histórica sobre o tema. São posições, não creio que o partido tenha feito nada que tentasse incomodar o presidente - acrescenta uma declaração divulgada pela organização.
Vázquez, que integra o Partido Socialista desde 1983, justifica sua saída em função das críticas que sofreu por parte de seus colegas de partido depois de vetar a Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva, que previa a descriminalização do aborto.
- A solicitação obedece a uma decisão que tomei sem alegria, mas com serenidade, após conhecer o conteúdo e analisar o alcance da resolução adotada pelo 46º Congresso do PSU, que lamentou profundamente o veto parcial do Poder Executivo - disse Vázquez.
A decisão definitiva do Comitê Central do partido está prevista para o próximo dia 20 de dezembro.